Novidades

10 OUT
Impressões: Peugeot 208 recebe câmbio automático de seis marchas

Impressões: Peugeot 208 recebe câmbio automático de seis marchas

O novo 208 com câmbio de seis marchas não passou por nenhuma mudança no design exterior (Divulgação/Divulgação)

Ter um câmbio automático de quatro marchas no catálogo não é necessariamente ruim – o Toyota Etios está aí para provar isso. Mas, no caso da famigerada caixa AL4 da PSA Group, as críticas estão longe de serem exageradas.

Tanto que a chegada do novo câmbio de seis marchas na linha de compactos da Peugeot e Citroën foi celebrada por boa parte dos entusiastas da marca. Mas será que essa atualização gera tanta comoção? Bem, só testando o novo 208 1.6 automático para descobrir.

De antemão, podemos antecipar: sim, o novo câmbio fez o hatch mudar quase que da água para o vinho. Mas vamos contextualizar o cenário para embasarmos uma declaração tão forte.

Primeiro, olhemos pra concorrência: excetuando-se pelo já citado Etios, todos os rivais diretos do 208 com câmbio automático possuem seis marchas. Chevrolet Onix e o novo Volkswagen Polo já nasceram com essa caixa, enquanto a Hyundai atualizou a transmissão do HB20 junto com a reestilização do hatch. Só o March destoa, já que usa um câmbio continuamente variável (CVT).

Sensor de ré é de série nas versões com motor 1.6. Câmera e sensores frontais, no entanto, são exclusivos das versões Griffe e GT (Divulgação/Divulgação)

Neste cenário fica o 208, cujas versões automáticas sempre foram vinculadas ao motor 1.6 16 EC6. O propulsor já nasceu sem tanquinho de gasolina para partida a frio e pode gerar bons 115 cv (a 5.750 rpm) e 16,1 kgfm (a 4.750 rpm).

Números condizentes com o mercado, mas que era mal aproveitado pelo problemático câmbio de quatro marchas – mesmo com o 208 anterior sendo mais potente, já que regras menos exigentes de emissões permitiam ao conjunto chegar a 118 cv com o conjunto antigo.

Além da última marcha excessivamente curta (que resulta em consumo rodoviário elevado), essa caixa é a principal protagonista de piadas envolvendo a (falta de) confiabilidade mecânica de modelos com origem francesa.

Não é exagero: pesquise no Google por “Peugeot câmbio automático quatro marchas”. O primeiro resultado, ainda que patrocinado, será de uma oficina mecânica.

Principal mudança no interior está no novo sistema multimídia com Android Auto e Apple Carplay (Divulgação/Peugeot)

Mas vamos falar de coisa boa. O novo câmbio de seis marchas, produzido pela Aisin (a mesma empresa que faz caixas para modelos que vão do Etios, passando pelo Renegade e chegando até ao BMW X1), já era usado nos modelos médios da PSA, como o Peugeot 308 e Citroën C4 Picasso.

O que impedia sua adoção nos modelos menores era o espaço diminuto no cofre, que exigiria até a readequação da estrutura onde é fixada a suspensão dianteira, segundo a Peugeot afirmou durante o lançamento do 2008 – outro que não tinha opção de câmbio automático de seis marchas. Sem interesse (e/ou verba) para modificar o projeto, a PSA aguardou a chegada de uma nova versão da caixa, menor e compatível como espaço sob o capô.

Na linha 208 o câmbio automático estreou junto com a linha 2018 da gama. Além da nova caixa, o pacote de mudanças inclui um novo sistema multimídia com tela capacitiva de 7? e espelhamento para celulares Android e iOS de série em todas as versões. As versões automáticas, no entanto, estão restritas ao 208 Allure (R$ 65.990) e Griffe (R$ 70.490), sempre com motor 1.6.

QUATRO RODAS avaliou a versão Griffe, topo de linha com opção automática. Ela inclui a longa lista de itens de série da versão Allure (airbags laterais, sensor de ré, rodas de liga leve, direção eletroassistida, ar-condicionado digital de duas zonas, trio elétrico, alarme, teto-solar panorâmico fixo, controlador e limitador de velocidade, Isofix e luzes de posição em LED) e adiciona sensor de estacionamento frontal, câmera de ré, sensor de luz e crepuscular, pneus 195/55 R16 e airbags de cortina.

Novo câmbio de seis marchas pode ser identificado pela manopla com desenho exclusivo (Divulgação/Peugeot)

A ficha técnica pouco muda em relação ao antigo câmbio de quatro marchas. Por ser mais moderna e compacta, o 208 Griffe AT6 é só 2 kg mais pesado que seu antecessor, batendo nos 1.183 kg. Isso fez com que ele acelerasse de 0 a 100 km/h em 12,5 s e cumprisse a retomada de 60 a 100 km/h em 6,9 s. Mas o número que mais empolga é o de consumo: 11,3 km/l na cidade e 14,7 km/l na estrada.

Além de gastar menos, o 208 ficou mais esperto. Mesmo com o modo Sport desligado, ele responde rápido ao acelerador, e avança as marchas rapidamente tão logo o(a) motorista alivie o pé direito. A forma com a nova caixa se adapta rapidamente ao estilo de condução é tão bom que o modo Eco nem parece ser tão necessário.

O trem de força renovado caiu como uma luva no conjunto do 208, que foi feito muito mais de olho na dirigibilidade do que seu irmão C3. Ainda que ao custo de uma suspensão levemente dura, o hatch responde prontamente aos movimentos de seu volante de pequeno diâmetro, e empolga a ponto de ser necessário reforçar a crítica da ausência de controle de estabilidade.

Essencial para uma condução segura, especialmente em pisos escorregadios, o equipamento só está disponível no modelo topo de linha 208 GT – que, por enquanto, continua apenas com câmbio manual.

Não dá para ganhar todas. Mas só de, finalmente, deixar um dos poucos vestígios de seu passado ruim para trás, a Peugeot pode sonhar em ganhar mais uma fatia do segmento de compactos com seu novo 208.

Veredicto

O novo câmbio automático deu novo vigor ao 208 1.6. A perda de potência por conta das novas regras de emissões e consumo mal passou desapercebida, e o conjunto aproveita melhor a boa dinâmica do hatch. O pacote de equipamentos é bom para essa faixa de preço, mas o ESC poderia ser disponibilizado ao menos na versão Griffe.

Teste (com gasolina)

Aceleração de 0 a 100 km/h: 12,5 s
Aceleração de 0 a 1.000 m: 34,1 s – 154,5 km/h
Retomada de 40 a 80 km/h: 5,6 s (em D)
Retomada de 60 a 100 km/h: 7,0 s (em D)
Retomada de 80 a 120 km/h: 9,1 s (em D)
Frenagens de 60/80/120 km/h a 0: 18,2/30,2/72,2 m
Consumo urbano: 11,3 km/l
Consumo rodoviário: 14,7 km/l

Ficha técnica – Peugeot 208 1.6 Griffe Automático

  • Motor: flex, dianteiro, transversal, 4 cilindros, 1.587 cm3, 16V, 82,0 x 78,5 mm, 12,5:1, 115 cv a 5.750 rpm (G) / 118 cv a 5.750 rpm (E), 16,1 mkgf a 4.750 rpm (G/E)
  • Câmbio: automático, 6 marchas, tração dianteira
  • Suspensão: McPherson(dianteiro), eixo de torção (traseiro)
  • Freios: disco ventilado (dianteiro), tambor (traseiro)
  • Direção: elétrica, 11,2 m (diâmetro de giro)
  • Rodas e pneus: 195/55 R16
  • Dimensões: comprimento, 397,5 cm; largura, 170,2 cm; altura, 147,2 cm; entre-eixos, 254,1 cm; peso, 1.183 kg; tanque, 55 litros; porta-malas, 285 litros
  • Preço: R$ 70.490

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

01 FEV

Honda CG 125 sai de linha no Brasil após 42 anos

A Honda confirmou nesta sexta-feira (1) o fim da produção da CG 125 no Brasil. Lançada em 1976 como a 1ª moto nacional da marca japonesa, ela já foi a mais vendida do país. Tem história com a CG 125? Compartilhe sua história. Mande foto e vídeo para o VC no G1 ou pelo Whatsapp/Viber, no telefone (11) 94200-4444, sempre com a hashtag #g1carros Veja fatos sobre a CG 125: 1ª nacional da Honda, lançada em 19761ª moto do mundo a rodar com etanol, em 1981Foi a mais vendida... Leia mais
01 FEV

Trabalhadores apoiam não negociar novo acordo com a GM em São Caetano do Sul

Trabalhadores da GM de São Caetano do Sul (SP) decidiram nesta sexta-feira (1) apoiar a posição do Sindicato dos Metalúrgicos de não negociar o plano de reestruturação oferecido pela montadora. Alegando prejuízos, a empresa trabalha para cortar custos em todo o mundo e planeja fechar fábricas na América do Norte. De acordo com o sindicato, os 3 mil metalúrgicos presentes na assembleia na fábrica da Chevrolet votaram a favor de manter em vigor o acordo coletivo negociado em... Leia mais
01 FEV

O adeus da Honda CG 125, Fusca das motos e veículo mais vendido do Brasil

 CG 125 foi muito importante na história da Honda (Divulgação/Honda)Você sabe qual é o veículo mais vendido do Brasil na história? Se o Volkswagen Gol automaticamente lhe veio à cabeça, você está enganado. Porque não estamos falando de carro, mas de veículo mais vendido. Portanto, esse título pertence a uma moto: a CG 125, considerada o “Fusca” das motos por sua popularidade e manutenção fácil e barata.Com cerca de 7 milhões de unidades vendidas no mercado brasileiro (o... Leia mais
01 FEV

Yamaha XJ6 N sai de linha no Brasil após 9 anos

A Yamaha anunciou nesta sexta-feira (1) o fim da linha para a XJ6 N no Brasil. Depois de 9 anos em produção no país, o modelo se despede e junta-se a Yamaha Ténéré 250 e Suzuki Burgman i, modelos que também abandonaram o mercado nacional recentemente. Motos 2019: veja 25 lançamentos esperados Com 21 mil unidades vendidas no período, a XJ6 N foi uma das principais rivais da Honda Hornet, que depois foi substituída pela CB 650F. O Brasil era o único país que ainda contava... Leia mais
01 FEV

GM indica recuo nas mudanças e envia documento aos funcionários após protesto em Gravataí

Após protesto, que durou quase quatro horas em frente a General Motors, na manhã desta sexta-feira (1), em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, funcionários foram avisados de um recuo da empresa. A GM enviou um documento a eles em que volta atrás sobre as medidas de mudanças anunciadas para contornar a crise financeira. A GM informou que vai cumprir o acordo coletivo até março de 2020 e se comprometeu em pagar o Programa de Participação de Resultados (PPR) e o... Leia mais
01 FEV

Preço do gás da Comgás sobe em SP; GNV fica 40% mais caro

O preço do gás para casas, estabelecimentos comerciais, indústrias e custo do GNV da Companhia de Gás de São Paulo (Comgás) vai ficar mais caro para casas, estabelecimentos comerciais, indústrias e custo do GNV. As novas tarifas passam a valer a partir desta sexta, conforme autorização ao reajuste dada pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp), publicada no “Diário Oficial do Estado”. Os percentuais de variação nas tarifas... Leia mais