Senna venceu Nürburgring com um 190 E 2.3-16 como este (Christian Castanho/Quatro Rodas) Para os fãs de carros alemães, poucos Salões de Frankfurt foram tão marcantes quanto o de 1983. Criado no ano anterior pela FIA, o Grupo B de rali era responsável pela aparição do conceito Porsche Gruppe B, do lendário Audi Sport Quattro e do belo Mercedes-Benz 190 E 2.3-16. Baseado no elegante sedã W201, o 2.3-16 não competiu nos ralis. A marca percebeu que não seria fácil superar a Audi com seus motores turbo e a revolucionária tração integral Quattro. A melhor estratégia era combater a BMW, que no mesmo evento apresentou o cupê M635 CSI. Regras exigiam que o carro de corrida tivesse uma versão de rua (Christian Castanho/Quatro Rodas) O jeito foi readequar o projeto desenvolvido com a Cosworth, que fornecia motores para a F-1. A empresa inglesa criara um cabeçote com duplo comando e quatro válvulas por cilindro para o motor M102 de 2,3 litros. Primeiro Mercedes a recebê-lo, o 2.3-16 rendia 185 cv e 24 mkgf. Com injeção eletrônica Bosch K-Jetronic, o sedã ia de 0 a 100 km/h em 7,5 segundos e atingia 230 km/h. Poucas semanas antes de Frankfurt, três unidades foram enviadas para o circuito italiano de Nardo, onde percorreram 50.000 km a uma média de 247,94 km/h, quebrando, assim, 12 recordes mundiais de longa duração. Console trazia termômetro de óleo, voltímetro e cronômetro digital (Christian Castanho/Quatro Rodas) Ele brilharia de novo em 1984, na abertura do novo circuito de Nürburgring: 20 unidades foram entregues a campeões de F-1 de várias gerações, como Jack Brabham, Phil Hill e Niki Lauda, mas quem venceu foi o jovem promissor Ayrton Senna. Por fora, o 2.3-16 se diferenciava dos 190 E comuns pelas rodas aro 15 com pneus 205/55 e apêndices funcionais, como defletor dianteiro e saias laterais. A discreta asa exercia pressão aerodinâmica sobre o eixo traseiro, que tinha suspensão multilink e nivelamento automático de altura. Asa traseira era exclusiva do modelo (Christian Castanho/Quatro Rodas) Molas, amortecedores e barras estabilizadoras foram recalibradas, o volante menor acionava uma caixa de relação mais rápida e o câmbio de cinco marchas tinha o engate da primeira no canal esquerdo, para trás, evitando o engate da ré em alta velocidade. Não havia controle de tração ou estabilidade: a eletrônica era limitada ao diferencial autoblocante e ao ABS nos quatro discos. O tanque foi de 55 para 70 litros, favorecendo a distribuição de peso (53% à frente/47% atrás). O interior era um charme à parte, com bancos de tecido xadrez, o traseiro com abas laterais só para dois ocupantes. Bancos traseiro levava apenas duas pessoas (Christian Castanho/Quatro Rodas) Seu maior rival dentro e fora das pistas foi o BMW M3 E30. Ambos correram o Campeonato Alemão de Turismo (DTM), onde o 2.3-16 estreou em 1985 por equipes independentes. O time de fábrica estreou só em 1988, em parceria com a AMG, na época independente. Respeitando o regulamento, a cilindrada subiu a 2,5 litros, dando origem ao 2.5-16. O aumento no curso do virabrequim resultou em 204 cv e 24,5 mkgf. A potência caía para 195 cv com catalisador, mas o desempenho era ligeiramente superior ao modelo de 1983. Não faltava o luxo típico de um Mercedes no 190 E 2.3-16 (Christian Castanho/Quatro Rodas) Em 1989, surgiu uma nova versão de homologação, denominada 2.5-16 Evolution, com a mesma cilindrada, porém com pistões maiores e menor curso do virabrequim. Ao todo, 502 unidades foram produzidas para as ruas, caracterizadas por apêndices aerodinâmicos maiores, molduras nos para-lamas e rodas aro 16. Um ano depois viria o EvolutionII, com 235 cv e 25 mkgf. Desta vez, outras 502 unidades ganharam visual muito mais agressivo. Os para-lamas eram alargados para acomodar rodas aro 17 polegadas com pneus 245/40 e a asa traseira estava quase na mesma altura do teto. A máxima era de 250 km/h, com 0 a 100 em 7,1 segundos. Motor de 185 cv a 6.200 rpm era exclusivo do Mercedes 190 E 2.3-16 (Christian Castanho/Quatro Rodas) A conquista viria em 1992: levou a vitória em 16 de 24 provas. O 2.5-16 ainda competiu em 1993, mas após dez anos e 50 vitórias na DTM ele por fim deixou a linha de montagem e as pistas para definitivamente entrar na história da marca. Motor: 4 cilindros em linha de 2,3 litros
Fonte:
Quatro Rodas
Ficha técnica – Mercedes Benz-Benz 190 E 2.3-16 1986
Potência: 185 cv a 6.200 rpm; 24 mkgf a 4.500 rpm
Câmbio: manual de 5 marchas, tração traseira
Dimensões: comprimento, 443 cm; largura, 170 cm; altura, 136 cm; entre-eixos, 266 cm; peso, 1.260 kg
Desempenho (oficial): 0 a 100 km/h em 7,5 segundos; velocidade máxima, 230 km/h
Clássicos: Mercedes-Benz 190 E 2.3-16, luxuoso e vitorioso
Mais Novidades
Flagra: nova Chevrolet S10 ganha grade de Blazer e Camaro no 3º trimestre
Nova S10 tem grade mais ampla, ao estilo de Blazer e Camaro (Fabio Paiva/Quatro Rodas)Lançada em 2012, a segunda geração da Chevrolet S10 passará por seu segundo facelift de meia vida ainda este ano. Conforme apurado por QUATRO RODAS, o lançamento ocorrerá no terceiro trimestre, provavelmente em agosto.Nosso editor de artes Fabio Paiva fez o primeiro flagra de um protótipo da picape média exibindo seu novo visual dianteiro no Brasil. Isso porque, nas imagens anteriores, o balanço...
Leia mais
Novo Renault Duster Life: veja como será equipada a versão para PcD
SUV terá apenas motor 1.6 no lançamento da linha 2021 (Divulgação/Renault)A apresentação oficial da nova geração do Renault Duster ocorrerá somente no mês de março. Entretanto, cada vez mais informações sobre a profunda reestilização do SUV vão surgindo.Segundo apuração do site parceiro Autos Segredos, a versão voltada ao público PcD receberá o nome de Life (a atual se chama Authentique) e custará não mais de R$ 70.000, atual teto da legislação que concede isenção de...
Leia mais
Governo tenta atrair Tesla para criar fábrica no Brasil até 2023
Governo tenta atrair Tesla para montar fábrica no Brasil (Divulgação/Tesla)Os carros da Tesla sequer são vendidos oficialmente no Brasil. Só que, pelo visto, membros do governo estão empenhados em trazer a empresa ao nosso mercado – e há até especulações de uma fábrica em Santa Catarina.Quem intermedeia as negociações, de acordo o colunista Claudio Loetz, do NCS Total, é o deputado federal Daniel Freitas (PSL-SC) – autor do projeto de lei 4285/2019 que prevê isenções e...
Leia mais
VW e Fiat “atualizam status” sobre Salão. Reunião tentará salvar evento
– (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)Volkswagen, FCA (com as marcas Fiat, Jeep, Ram e Dodge), Ford, Renault e Nissan eram as cinco fabricantes confirmadas até algumas semanas atrás para o Salão do Automóvel de São Paulo 2020.Entretanto, se as medidas contingenciais da Reed, organizadora da mostra, visavam a angariar mais participantes e, quem sabe, reconquistar outros, até o momento o efeito não foi o esperado.Não apenas não houve novas confirmações como as duas mais importantes entre...
Leia mais
Novo Chevrolet Tracker Premier 1.2 Turbo custará mais de R$ 110.000
Versão Premier com pintura metálica custará R$ 113.600 (Rodrigo Ronconi/Quatro Rodas)A nova geração do Chevrolet Tracker terá preço inicial bem abaixo do modelo antigo. Além de repetir a estratégia de preços agressiva do novo Onix, o SUV compacto terá versões de entrada com motor 1.0 turbo em uma faixa de preço onde nunca atuou.Mas isso não impedirá o Tracker de ter versões ainda mais caras que as atuais.Adesivo revela a presença de WiFi (Rodrigo Ronconi/Quatro Rodas)As...
Leia mais
Toyota revela teaser de novo SUV híbrido baseado no Yaris europeu
Novo SUV da Toyota será híbrido e com tração nas quatro rodas (Divulgação/Toyota)A Toyota irá aproveitar o Salão do Automóvel de Genebra, na Suíça, para apresentar oficialmente seu novo SUV, que será de pequeno porte, baseado no Yaris europeu.O evento está marcado para começar no dia 3 de março, mas a marca japonesa se adiantou e já revelou alguns detalhes de como será o modelo.Pelo teaser, o que se pode observar, além da silhueta da traseira do veículo, são as lanternas...
Leia mais