Ao contrário de outros esportivos nacionais, o GSi andava mais e era discreto (Christian Castanho/Quatro Rodas) Demorou cinco anos para chegar, mas, quando enfim entrou em nossa pista de testes, o primeiro Vectra brasileiro logo se sagrou campeão. A responsável pela façanha foi a versão esportiva GSi. Ao cravar 207,7 km/h de velocidade máxima e acelerar de 0 a 100 km/h em 9,22 segundos, na edição de dezembro de 1993, ele se tornou o nacional mais veloz e rápido testado por QUATRO RODAS. O Vectra já existia na Europa desde 1988, mas esses anos de defasagem não se comparavam aos 11 de vida do Monza, que ele substituiria. Ainda que disponível apenas na versão sedã de quatro portas, ele cumpria o papel de carro médio moderno e bem equipado, enquanto o GSi era o mais novo símbolo de status do mercado nacional. Esportiva, a versão topo de linha rompia o vínculo com o Monza S/R, que tinha carroceria hatch e deixou como herdeiro o Kadett GSi. Ainda que mantivesse sua premissa de desempenho superior, a sigla GSi agora se expandia dentro da linha GM, o que se completaria com o Corsa GSi no ano seguinte. O sedã esportivo da Chevrolet só encontrava concorrência no pioneiro Fiat Tempra 16V. Entre os poucos diferenciais estéticos da versão esportiva estava o aerofólio (Christian Castanho/Quatro Rodas) Externamente, o GSi se distinguia pelos pneus de perfil baixo, rodas, apêndices aerodinâmicos e um defletor na traseira. A aerodinâmica – o Cx era de apenas 0,29 – e o motor alemão de 16 válvulas e 150 cv justificavam o desempenho. A potência era 34 cv maior que a do motor com oito válvulas, com um total de 75,1 cv por litro de cilindrada – maior potência específica do Brasil. O motor 2.0 16V vinha da Alemanha: 150 cv e 20,0 mkgf (Christian Castanho/Quatro Rodas) A injeção eletrônica sequencial Bosch Motronic M.2.8 misturava o ar ao combustível pela massa de ar admitida, em vez do volume. Mais precisa, ela permitia que o GSi, mesmo sendo capaz de gerar um desempenho impressionante para a época, ainda conseguisse a marca de 11,91 km/l de consumo médio. As relações de marcha da caixa de câmbio eram mais curtas que as das versões GLS e CD. A boa pega do volante e os instrumentos visíveis eram elogiados no GSi (Christian Castanho/Quatro Rodas) Os freios transmitiam segurança, mesmo em emergências. “Voltando de nosso teste, enfrentamos uma delas, quando uma carreta desgovernada atravessou a pista, bloqueando-a”, contava a revista no teste de estreia. “Mesmo a 100 km/h, o carro foi bruscamente freado, sem desestabilização ou perda de controle da direção.” Comparado ao Tempra 16V na mesma edição, o GSi só perdeu em retomada de 40 a 100 km/h e nível de opcionais. A ausência de computador de bordo pesava contra o painel (Christian Castanho/Quatro Rodas) O carro das fotos pertence ao designer paulista Luiz Fernando Wernz. “Eu meio que aprendi a ler com QUATRO RODAS e me apaixonei pelo carro quando tinha 6 anos de idade, ao ler o teste de lançamento”, diz. O sonho de infância foi comprado de um colecionador de Opala de Campinas (SP) vários anos depois e hoje praticamente só é usado aos fins de semana. Wernz acha excelente como o motor acorda depois de 4.000 rpm, quando entra o segundo estágio do corpo de borboleta, característica que não se vê mais no modelo. “Um engenheiro me disse que eu tenho um Vectra de 1994 com tecnologia de 2010”, afirma. Bancos de couro eram acessórios das concessionárias (Christian Castanho/Quatro Rodas) Ainda em 1994, 17.398 leitores e 13 jornalistas votaram na eleição que mais uma vez fez do Vectra GSi um campeão. O Eleito do Ano de QUATRO RODAS venceu em cinco dos oito aspectos avaliados. O teto solar era vendido como opcional (Christian Castanho/Quatro Rodas) Já em 1996 viria a segunda geração do Vectra, dessa vez em sintonia com a Europa, porém sem a versão GSi. Com o fim desse modelo, só em 1999 viria o Fiat Marea Turbo como um representante dos sedãs esportivos nacionais, segmento que nunca mais foi o mesmo depois do Vectra GSi. Reportagem originalmente publicada na edição de agosto de 2011
Fonte:
Quatro Rodas
Ficha técnica – Chevrolet Vectra GSI 1994
Teste QUATRO RODAS – dezembro de 1993
Grandes Brasileiros: Chevrolet Vectra GSi
Mais Novidades
Test-drive em casa e drive-thru de peças: serviços se adaptam à quarentena
Empresas oferecem troca de bateria, óleo e filtros em casa (Reprodução/Quatro Rodas)Com boa parte das lojas fechadas, muitas empresas precisaram adaptar seus serviços à necessidade de se isolar em casa e ter o contato com o menor número possível de pessoas.Isso também vale para o mercado automotivo. Empresas que já atendiam na casa do cliente passaram a depender dessa modalidade. Enquanto isso, concessionárias e lojas de seminovos já se mobilizam para levar o carro até o cliente...
Leia mais
Correio técnico: Como calcular o torque em um carro elétrico?
Tesla no dinamômetro: torque medido (Acervo/Quatro Rodas)Se o torque é uma grandeza em função do deslocamento da biela e pistão, como é calculado o torque num carro elétrico? – Glauco Melo, São Paulo (SP) Basta fazer um cálculo teórico a partir da tensão e corrente aplicada ao motor e da potência gerada por ele. Mas o melhor é medir em dinamômetro.Nos motores a combustão, há torque e potência apenas com o motor em giro, mas nos elétricos, pelo fato de haver forças...
Leia mais
Autodefesa: donos do VW Polo 1.0 MPI reclamam de falhas no motor
Beretta: “É uma situação que me preocupa” (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)Em março de 2019 a VW emitiu a Informação Técnica do Produto (ITP) 2050578/3 com o objetivo de auxiliar as oficinas no diagnóstico de perda de potência, motor falhando, problemas na combustão e dificuldade de partida nos Polo MPI 1.0.Alguns meses depois, em agosto, a empresa disponibilizou a ITP 2055880/1, que trata de eventuais ruídos no motor e dificuldades na utilização do veículo na fase fria...
Leia mais
Flagra: picape elétrica da JAC ganhará frente que mistura Toro com Ram
Dianteira da picape terá inspiração no visual da Fiat Toro (China Car News/Reprodução)A JAC Motors não vive o bom momento de antes no Brasil: em 2011, com apenas oito meses, vendeu 23 mil unidades, contra 2.043 emplacamentos acumulados durante todo o ano passado. Mas a marca se reinventou para focar em modelos elétricos – e há novidades para o segmento a caminho do país.Vazaram as primeiras imagens da T9. Não reconheceu? É a atualização da picape iEV330P, que já é vendida aqui...
Leia mais
Dodge Charger R/T de Dominic Toretto ganha versão em Lego com V8 funcional
– (Lego/Divulgação)Depois de Land Rover Defender e Fiat 500, a Lego desenvolveu um kit Technic para os amantes do filme Velozes e Furiosos.Com ele é possível montar o Dodge Charger R/T 1970 de Domenic Toretto em miniatura montável em escala 1:13. Montado, tem 39 cm de comprimento, 16 cm de largura e 11 cm de altura.– (Lego/Divulgação)A miniatura é bem fiel ao modelo usado no filme. Entre os detalhes, estão: motor V8 com movimento real de pistões, bielas e do compressor, além de...
Leia mais
31 MAR
Centro técnico da Audi ganha painéis solares e passa a usar energia limpa
Prestes a lançar oficialmente seu primeiro veículo totalmente elétrico no Brasil, a Audi instalou 264 painéis solares para gerar energia para seu centro técnico, localizado em São Paulo (SP). A medida faz parte do plano de ser 100% neutra na emissão de carbono até 2050.Desse total, 80 placas estão alojadas na cobertura do local e as outras 184 foram instaladas em um terreno na cidade de Cajamar (SP).De acordo com Johannes Roscheck, CEO e Presidente da Audi do Brasil, “a iniciativa...
Leia mais