Em 1966, o Coronet serviu de base a outra lenda da Dodge: o Charger (Xico Buny/Quatro Rodas) Alguns nomes são tão emblemáticos na história da Chrysler Corporation que denominaram gerações distintas de carros. É o caso do Coronet, feito pela divisão Dodge entre os anos 40 e 70. O nome representava uma pequena coroa usada pela nobreza, mostrando-se apropriado ao longo de suas duas gerações. Sua primeira aparição ocorreu em 1949, como o mais sofisticado dos Dodges. Era o primeiro modelo desenhado no pós-guerra, com versões de duas e quatro portas nas carrocerias cupê, sedã e perua. Marcou época com o lendário V8 Red Ram no modelo 1953, com 4 litros e câmaras hemisféricas que rendiam 140 cv. Começava ali a escalada de potência que fez do Coronet uma lenda de alta performance, apesar de ter sido rebaixado ao carro de entrada em 1955. A potência subia para 175 cv, havendo ainda a opção do Super Red Ram com carburador quádruplo e escapamento duplo, com 183 cv. Versão conversível foi oferecida até 1970 (Xico Buny/Quatro Rodas) O Coronet 1955 era o primeiro com o estilo Forward Look, do designer Virgil Exner. Inspirado em aviões e foguetes, tornava a carroceria maior e mais larga e baixa. Após adotar barbatanas com lanternas verticais, o estilo entrou na segunda fase em 1957, quando o carro ficou ainda mais baixo e largo, adotando quatro faróis. Pela primeira vez a suspensão dianteira recebia as barras de torção como elemento elástico, solução que se tornou marca registrada da Chrysler. O V8 chegava a 245 cv, mas um pacote esportivo o levava a 340 cv. De tão avançado, foi um dos Dodges mais memoráveis até sair de linha, em 1959. O Coronet voltaria apenas em 1965, como intermediário entre os populares Dart e os grandalhões Custom 880 e Polara. Tipicamente americano, o velocímetro tinha mostrador com escala na horizontal (Xico Buny/Quatro Rodas) Também trazia várias carrocerias, que iam do conversível aos sedãs e peruas de quatro portas. Oferecia um bom seis cilindros de 3,7 litros, além de vários V8 de bloco pequeno (4,5 e 5,2 litros) e grande ( 5,9 a 6,3 litros). E ainda havia o lendário V8 7.0 Hemi 426, de 425 cv. Idealizado para as pistas de arrancada, podia superar 500 cv com dois carburadores quádruplos. Todo esse investimento deu resultado: mais de 209.000 carros foram comercializados, fazendo dele o Dodge mais vendido em 1965. Reestilizado no ano seguinte, o Coronet serviu de base a outra lenda: o Charger, imortalizado pela carroceria de duas portas sem coluna central e traseira fastback, com a linha do teto incorporada ao terceiro volume. Versão 500 era a topo de linha em 1966: havia cinco configurações com motor V8 (Xico Buny/Quatro Rodas) Em 1967, o Charger seguia como modelo independente, enquanto o Coronet ganhava a temida versão R/T (Road e Track). O R/T trazia um V8 7.2 de bloco grande e 375 cv, com câmbio automático de três marchas ou manual de quatro. Tudo era superdimensionado para suportar a maior potência, com suspensão, freios e eixo traseiro do mesmo pacote destinado a viaturas policiais. Entre os opcionais estavam o V8 7.0 Hemi (425 cv) e a carroceria conversível. Coronet marcou presença em cinco gerações, nas pistas e no cumprimento da lei (Xico Buny/Quatro Rodas) O sedutor 1968 trazia a contemporânea linha de cintura “garrafa de Coca-Cola” e deu origem a outro modelo independente: o Dodge Super Bee. Com o V8 6.3 de 335 cv, era mais barato que o Coronet R/T mas tinha o interior requintado, fazendo dele uma opção luxuosa do seu primo pobre Plymouth Road Runner. O V8 de bloco grande saltou para 390 cv em 1969, com os três carburadores de corpo duplo Six Pack, identificados pela presença da enorme tomada de ar sobre o capô. A agressiva linha 1970 marcou o último ano da versão R/T, em cupê e conversível. Lanterna traseira do Coronet tinha design único (Xico Buny/Quatro Rodas) A linha 1971 selou o fim das versões esportivas, mas não da alta performance: o V8 6.3 de bloco grande de 300 cv era o favorito das forças policiais mesmo comparado ao enorme Dodge Polara e seu V8 de 7,2 litros. A cilindrada subiu para 6,5 litros em 1972, mas a potência caía para 255 cv devido à menor taxa de compressão. O cupê voltaria em 1975, mas o Coronet, já na sétima geração, foi descontinuado no ano seguinte para nunca mais voltar. Inexplicavelmente a Dodge criou um novo sedã de quatro portas e alta performance em 2005, mas preferiu batizá-lo de Charger (o primeiro da história nessa configuração), mantendo ao menos o espírito e a tradição de alta performance. Motor: V8 de 5,2 litros
Fonte:
Quatro Rodas
Ficha técnica – Dodge Coronet 1966
Potência: 230 cv a 4.400 rpm, longitudinal
Câmbio: automático de 3 marchas, tração traseira
Carroceria: conversível de 2 portas
Dimensões: comprimento, 515 cm; largura, 191 cm; altura, 136 cm; entre-eixos, 297 cm; peso, 1.564 kg
Clássicos: Dodge Coronet, nobreza soberana
Mais Novidades
VW Gol, Saveiro e Voyage 2021 ganham novos itens de segurança de série
Modelos ganharam apoio de cabeça e cinto de três pontos para todos, além de Isofix (Reprodução/Volkswagen)Para se adequarem às novas exigências de segurança, os Volkswagen Gol, Saveiro e Voyage ganharam cinto de três pontos e apoios de cabeça para todos os passageiros, além de sistema de fixação de cadeirinha infantil Isofix como itens de série.Essas informações foram obtidas em primeira mão por QUATRO RODAS e fazem parte do pacote de novidades que estrearam com a linha 2021...
Leia mais
VW Polo Highline 2021 tem quadro digital de série, mas encarece R$ 7.300
VW Polo Highline 2021 (Divulgação/Volkswagen)A Volkswagen ainda não lançou oficialmente, mas já prepara mudanças importantes na linha 2021 de Volkswagen Polo e Virtus.Segundo apurado por QUATRO RODAS, a principal delas será a incorporação do antigo pacote Tech, opcional, na lista de itens de série dos modelos na versão Highline.Com isso, tanto o hatch quanto o sedã passam a vir de fábrica na configuração Highline com quadro de instrumentos 100% digital, central multimídia de 8...
Leia mais
Caoa Chery Tiggo 5X mal mudou no Brasil e ganhará outro visual na China
Este será o segundo facelift da atual geração do Tiggo 5X (Autohome/Internet)Apresentado oficialmente no Brasil em dezembro de 2018, o Caoa Chery Tiggo 5X recebeu seu primeiro facelift no início deste ano, com novo design para os faróis e central multimídia atualizada (ainda bem).As mudanças, entretanto, não param. Na China, flagras já mostram que não demorará muito para o SUV receber novas mudanças em seu visual.Traseira terá mudanças apenas nos miolos de lanternas e...
Leia mais
Como a alta do dólar afeta o preço dos carros, mesmo nacionais
Mesmo carros nacionais têm muitos componentes importados e pagos em dólar (Renato Pizzuto/Quatro Rodas)Após superar pela primeira vez a barreira dos R$ 5, a cotação do dólar assustou quem pretende viajar para o exterior e alguns setores da economia, entre eles o automotivo.E essa escalada da moeda norte-americana deverá impactar os preços dos carros fabricados no Brasil, uma vez que boa parte dos componentes são importados – um modelo de entrada, por exemplo, chega a ter 40% de...
Leia mais
Oito truques de psicologia que um carro usa para te enganar
– (Divulgação/Fiat)Com a concorrência cada vez mais acirrada entre os fabricantes de automóveis, as marcas buscam diversas alternativas para atrair consumidores. Ao mesmo tempo, tentam ao máximo conter os custos cada vez mais elevados de desenvolvimento.Em muitos casos, vale até apelar a truques de psicologia para, digamos, te convencer de que seu carro possui algum atributo que, na prática, ele não tem. Veja abaixo oito exemplos:Corolla 2.0 tem um câmbio CVT que simula 10...
Leia mais
Correio técnico: no ar bizona, quem ajusta a temperatura do banco de trás?
Distribuição do fluxo de ar num sistema moderno (Acervo/Quatro Rodas)No ar-condicionado do tipo bizona com saídas de ar traseiras, quem determina a temperatura da turma do banco de trás? O motorista, o passageiro da frente ou há temperatura padrão? – Raphael Schlindwein, Florianópolis (SC).Se por um lado o ar-condicionado tipo bizona possui, nos bancos dianteiros, comando de temperatura individual para o motorista e para o passageiro, geralmente os sistemas com saídas de ar para o...
Leia mais