O novato da Renault enfrenta os líderes do segmento: Up! e Mobi (Christian Castanho/Quatro Rodas) Apesar de ter sido homologado como SUV, por conta de suas medidas off-road (ângulos de entrada e de saída e altura livre do solo), o Renautl Kwid tem outras características (como porte, peso e pneus) que demonstram que sua proposta mesmo é de carro urbano. Sem falar no posicionamento de preço, que mira o mesmo consumidor dos hatches compactos de entrada. Depois do teste de pista com a versão Zen 1.0, que deve ser a mais vendida, reunimos o Renault com dois dos principais modelos que ele vai enfrentar no mercado na busca pela preferência do consumidor: Fiat Mobi e VW Up!. Segundo pesquisa da Renault, o público do Kwid está mais interessado em um carro que tenha preço acessível e baixo consumo de combustível, nessa ordem de importância. Depois, vem a experiência anterior com as marcas e, em quarto lugar, o design, que tradicionalmente é a principal razão de compra na maioria dos demais segmentos do mercado. Ou seja: o comprador do Kwid e de seus rivais privilegia a razão na hora de escolher um veículo. Com isso em mente, fizemos o comparativo que você acompanha a seguir. O carro cedido pela Fiat é a versão Like, topo de linha, mas avaliamos a Easy (Christian Castanho/Quatro Rodas) Na tabela de preços, o Mobi Easy (a versão de entrada do subcompacto) é o mais barato dos três hatches. Ele custa R$ 780 menos que o Kwid Zen e R$ 3.780 abaixo do Up! Take. Analisando os aspectos relacionados ao bolso, o Mobi apresenta outros pontos positivos, como o período de cobertura dos serviços de assistência 24 horas. O comprador do Mobi pode contar com o Confiat durante três anos, enquanto o do Kwid tem à disposição o Renault Assistance por dois anos e o do Up! se serve do VW Service por apenas um ano. Os três carros têm a mesma garantia regular de três anos, mas o Kwid pode chegar a cinco se for financiado. A vantagem do Mobi em relação aos custos de uso diminui, porém, quando se avalia as despesas com as revisões. Considerando os serviços recomendados até 60.000 km, o Fiat é o mais dispendioso dos rivais, com despesas de R$ 3.528, contra R$ 2.928 do VW e R$ 2.449 do Renault. No acabamento, o Mobi se equipara ao Kwid, mas perde para o Up! (Christian Castanho/Quatro Rodas) No que diz respeito ao seguro, há maior equilíbrio entre os valores cobrados, mas o Mobi também fica na lanterna. De acordo com cotações feitas pela Corretora Bidu (bidu.com.br), para um cliente-padrão com perfil conservador, o Up! cobra R$ 2.528; o Kwid, R$ 2.606 e o Mobi, R$ 2.831. No caso do Kwid, que ainda não constava do cadastro das seguradoras no momento da cotação, a corretora fez uma estimativa a nosso pedido, tendo o Sandero Authentique 1.0 (que é mais caro) como referência. Direção não tem assistência na versão Easy (Christian Castanho/Quatro Rodas) Examinando a lista de equipamentos, o Fiat é o mais modesto dos concorrentes. Ele tem banco traseiro bipartido, espelhos nos para-sóis do motorista e do passageiro, sistema Follow-Me Home e display digital de 3,5 pol. nos instrumentos, como recursos exclusivos. O banco traseiro é bipartido (Christian Castanho/Quatro Rodas) Mas carece de cintos pré-tensionados com limitador de carga, indicador de troca de marchas e abertura interna do porta-malas, que são itens de série nos outros, e adota a pior solução de cada rival, como direção sem assistência (como no Up!) e partida a frio com tanquinho auxiliar (igual ao Kwid). O Mobi conta com o menor volume de porta-malas: 215 litros (Christian Castanho/Quatro Rodas) No acabamento, o Fiat se equipara em qualidade ao Renault, mas perde para o VW. E, na pista de testes, ele se saiu bem nas medições de consumo, mas ficou atrás nas provas de desempenho. No uso diário, o Mobi se revelou mais estável que o Kwid, mas também mais lento nas manobras. Mobi: 4 cilindros, 75 cv e 9,9 mkgf com etanol (Christian Castanho/Quatro Rodas) Rodas de liga leve são opcionais (Christian Castanho/Quatro Rodas) Existe uma diferença de posicionamento entre a VW e as rivais Renault e Fiat que explica o segundo lugar do Up! neste comparativo. A VW se autodefine como uma “marca premium” entre as generalistas e o Up! incorpora esse conceito expresso no preço. O Up! é o mais caro deste comparativo. Ser premium não se resume ao preço, porém. O Up! é superior em coisas como os materiais usados no acabamento da cabine e na estrutura da carroceria (com 75% de aços de alta de ultrarresistência, segundo a fábrica). Outro ponto de destaque é o motor tecnicamente mais refinado. O VW é o único do comparativo a ter comando de válvulas variável na admissão e sistema de partida a frio que dispensa o tanquinho auxiliar de combustível. Up!: 3 cilindros, 82 cv e 10,4 mkgf com etanol (Christian Castanho/Quatro Rodas) Ser superior nem sempre é vantajoso, no entanto. O problema, no caso, é que tendo características premium, o Up! abre mão de conteúdo (que custa caro) para conseguir ser competitivo na briga com Kwid e Mobi. Na versão Take, o Up! dispensa direção assistida, ar-condicionado, volante com ajuste de altura e travas e vidros elétricos, recursos que são oferecidos pela VW apenas como opcionais em um pacote que custa R$ 5.250. Com esses itens, o preço do Up! vai a R$ 43.240 – e o hatch continua devendo equipamentos, na comparação com o Kwid. Up! tem boa posição de dirigir (Christian Castanho/Quatro Rodas) Dinamicamente, o Up! é um carro mais equilibrado. A direção precisa e a suspensão firme garantem um bom comportamento tanto na cidade quanto na estrada. O Kwid apresenta uma vocação mais urbana, oferecendo conforto e facilidade de manobrar no trânsito, enquanto na estrada ele se mostra mais sensível aos ventos laterais. Um dos diferenciais é o bom espaço para os ombros (Christian Castanho/Quatro Rodas) E o Mobi fica em um patamar intermediário entre os concorrentes: menos estável que o Up! nas estradas, e mais lento que o Kwid nas manobras na cidade. Na pista de testes, o Up! andou junto com o Kwid, mas consumiu mais que o rival. A suspensão firme filtra bem as imperfeições do piso, garantindo conforto aos passageiros do banco de trás (Christian Castanho/Quatro Rodas) O Up! é vitorioso na posição de dirigir mais ergonômica. O assento do Kwid não apoia bem as pernas e ao encosto do Mobi falta espuma (pressionando as costas contra o encosto, o motorista consegue sentir a estrutura do banco). E, no que diz respeito ao espaço interno, o Up! também leva vantagem por oferecer maior largura para ombros, na cabine. No porta-malas cabem 285 litros (Christian Castanho/Quatro Rodas) Kwid traz roda de aço de série (Christian Castanho/Quatro Rodas) O Kwid Zen (versão intermediária) vence o comparativo porque é a opção que oferece melhor relação custo-benefício. Analisando os preços de tabela, o Mobi Easy custa menos, mas, comparando a lista de equipamentos de série, fica claro que o Kwid entrega mais pelo que cobra. A versão Zen traz de série direção elétrica (item inexistente nos rivais), quatro airbags (Easy e Take só têm os dois obrigatórios); ar-condicionado (opcional no VW e indisponível no Fiat), travas e vidros dianteiros elétricos (opcionais nos demais) e preparação para som (este último opcional, no Mobi, e de série, no Up), para ficar apenas nos itens mais importantes. O ar-condicionado é de série e o rádio opcional (Christian Castanho/Quatro Rodas) Além disso, o Renault oferece o exclusivo indicador de modo de condução (ajuda a economizar), chave com controle remoto para abrir e fechar as portas. Há bom espaço para a cabeça dos ocupantes (Christian Castanho/Quatro Rodas) Atrás há entradas isofix, mas o banco não é bipartido (Christian Castanho/Quatro Rodas) Pensando no comportamento do mercado, é possível dizer que Mobi e Easy têm a seu favor o fato de serem produtos já há algum tempo no mercado, o que torna a negociação de descontos mais fácil na hora da compra. Lançamentos, normalmente, não têm abatimentos no preço de tabela. Mas, além de custar menos, o Kwid já chega acompanhado de uma promoção que dá dois anos de garantia adicionais, desde que financiado pelo banco Renault. E isso vale para qualquer valor financiado. A garantia de fábrica sobe de três para cinco anos mesmo que o comprador financie apenas uma pequena parte do valor total do carro (no lançamento, a Renault apresentou duas simulações com taxas de 0,97% e 1,06%). Além da relação custo-benefício, o Kwid tem outros atributos. Um deles é o porta-malas com 290 litros, que é maior que o do Up!, com 285 litros, e que o do Mobi, com 215 litros. Porta-malas é o maior do comparativo, com 290 litros (Christian Castanho/Quatro Rodas) Seu tanque de gasolina é o menor: 38 litros contra os 47 litros do Mobi e os 50 litros do Up!. Sua autonomia é menor, mas como demonstrou ser o mais econômico nas medições de consumo, o Kwid pode se permitir ter um reservatório menor. O Renault conseguiu as médias de 14,7 km/l, na cidade, e 18,5 km/l, na estrada, enquanto o Mobi obteve 14,3 km/l e 18 km/l e Up!, 13,5 km/l e 17,9 km/l, respectivamente. Kwid: 3 cilindros, 70 cv e 9,8 mkgf com etanol (Christian Castanho/Quatro Rodas) Nas provas de desempenho, houve empate entre Kwid e Up!, com exatamente o mesmo tempo nas acelerações (de 0 a 100 km/h em 14,3 segundos) e o Mobi levou 15,7 segundos. O Kwid vence porque tem melhor relação custo-benefício. Ele custa menos e entrega mais, justamente o contrário do Up!. O VW tem qualidades construtivas, mas custa mais caro e é menos equipado. Por fim, o Mobi fica em terceiro porque, apesar de não ser caro, não traz o mesmo conteúdo generoso do Kwid e fica devendo a qualidade de acabamento e de materiais superior encontrada no Up!.
Fonte:
Quatro Rodas
3° Fiat Mobi Eazy – R$ 34.210
2° VW Up! Take – R$ 37.990
1° Kwid Zen – R$ 34.990
Veredicto
Teste de pista (com gasolina)
Kwid Zen 1.0
Take Up! 1.0
Mobi Easy 1.0
Aceleração de 0 a 100 km/h
14,9 s
14,9 s
15,7 s
Aceleração de 0 a 1.000 m
36,6 s – 137,2 km/h
36,3 s – 140,5 km/h
37 s – 136,1 km/h
Retomada de 40 a 80 km/h (em 3ª)
8,6 s
9,1 s
10 s
Retomada de 60 a 100 km/h (em 4ª)
14,3 s
14,3 s
15,6 s
Retomada de 80 a 120 km/h (em 5ª)
26 s
24,2 s
29,8 s
Frenagem de 60 / 80 / 120 km/h a 0
16,5/28,9/65,1 m
16,2/28,5/65,8 m
17,2/29,6/67,2 m
Consumo urbano
14,7 km/l
13,5 km/l
14,3 km/l
Consumo rodoviário
18,5 km/l
17,9 km/l
18 km/l
Ruído interno (neutro / RPM máximo)
44,7/73 dBA
38,8/75 dBA
41,7/71,1 dBA
Ruído interno (80 / 120 km/h)
66,7/73,2 dBA
59,8/70 dBA
65/71,9 dBA
Aferição real do velocímetro a 100 km/h
101 km/h
97 km/h
96 km/h
Rotação do motor a 100 km/h em 5ª marcha
n/d
3.100 rpm
3.000 rpm
Preço
R$ 34.990
R$ 37.990
R$ 34.210
Garantia
3 anos
3 anos
3 anos
Revisões
R$ 1.164
R$ 999
R$ 1.288
Seguro
R$ 2.606
R$ 2.528
R$ 2.831
Ficha técnica
Kwid Zen 1.0
Take Up! 1.0
Mobi Easy 1.0
Motor
flex, diant., transv., 4 cil. em linha, 8V, 999 cm³, 70 x 64,9 mm, 12,2:1, 75/73 cv a 6.250 rpm, 9,9/9,5 mkgf a 4.200 rpm
flex, diant., transv.,. 3 cil. em linha, 12V, DOHC, 999 cm³, 74,5 x 76,4 mm, 11,5:1, 82/75 cv a 6.250 rpm, 10,4/9,7 mkgf a 3.000 rpm
flex, diant., transv.,. 3 cil. em linha, 12V, DOHC, 999 cm³, 74,5 x 76,4 mm, 11,5:1, 82/75 cv a 6.250 rpm, 10,4/9,7 mkgf a 3.000 rpm
Câmbio
manual, 5 marchas, tração dianteira
manual, 5 marchas, tração dianteira
manual, 5 marchas, tração dianteira
Suspensão
McPherson (diant.), eixo rígido (tras.)
McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
McPherson (diant.) / eixo de torção (tras.)
Freios
discos sólidos (diant.) e tambores (tras.)
discos ventilados (diant.) e tambores (tras.)
discos ventilados (diant.) e tambores (tras.)
Direção
elétrica, 3,5 voltas entre batentes, 10 m (diâmetro de giro)
mecânica, 3 voltas, 10,6 m (diâmetro de giro)
mecânica, 2,6 voltas entre batentes, 10 m (diâmetro de giro)
Rodas e pneus
165/70 R14
175/70 R14
165/70 R13
Dimensões
compr., 356,6 cm, larg., 163,3 cm; alt., 150; entre-eixos, 230,5 cm. Porta-malas, 215 l; tanque, 47 l; peso, 946 kg; peso/potência, 12,6/12,9 kg/cv; peso/torque, 95,6/99,6 kg/mkgf
compr., 368,9 cm, larg., 164,5 cm; alt., 150,4; entre-eixos, 242,1 cm. Porta-malas, 285 l; tanque, 50 l; peso, 922 kg; peso/potência, 11,2/12,3 kg/cv; peso/torque, 88,6/95,1 kg/mkgf
compr., 368,9 cm, larg., 164,5 cm; alt., 150,4; entre-eixos, 242,1 cm. Porta-malas, 285 l; tanque, 50 l; peso, 922 kg; peso/potência, 11,2/12,3 kg/cv; peso/torque, 88,6/95,1 kg/mkgf
Comparativo: Renault Kwid x Volkswagen Up! x Fiat Mobi
Mais Novidades
26 MAR
Petrobras vai passar a reajustar diesel a cada 15 dias e anuncia cartão para caminhoneiros
A diretoria da Petrobras aprovou mudanças na periodicidade de reajuste nos preços do diesel vendido para as refinarias. Os preços passarão a ser reajustados, no mínimo, a cada 15 dias, informou a estatal nesta terça-feira (26) em comunicado ao mercado. Desde então, a petroleira vinha reajustando o combustível em intervalos menores, desde o fim do programa de subsídios lançado pelo governo após a greve dos caminhoneiros. Somente em março, foram anunciados 5 reajustes no...
Leia mais
26 MAR
Toyota Etios 2020 está mais caro e, pela primeira vez, não tem mudanças
Etios 2020 só teve reajustes em todas as versões (Divulgação/Toyota)Desde que estreou no Brasil, em setembro de 2012, o Toyota Etios teve mudanças de equipamentos – e muitas vezes visuais – em todas as mudanças de ano-modelo.Foi assim que ele ganhou retrovisores com ajuste elétrico, trocou o painel cinza pelo preto, o quadro de instrumentos analógico pelo digital, recebeu motores mais potentes, nova frente e até controles de estabilidade e tração de série.Etios Sedan acompanha...
Leia mais
26 MAR
Novas Tecnologias: como é o filtro de poluentes para motores a gasolina
Motor PSA 1.2 de 3 cilindros (Otavio Silveira/Quatro Rodas)As emissões de material particulado sempre foram relacionadas aos motores a diesel em razão da grande formação de fuligem. Mas esse tipo de poluente não é exclusividade do diesel.Motores do ciclo Otto também emitem partículas sólidas resultantes da queima da gasolina.A diferença é que esses motores sempre emitiram menos particulado, comparados aos a diesel, e produziam outros poluentes (HC, CO, CO2, NOx) em maior...
Leia mais
26 MAR
Longa Duração: quem desvendará o misterioso tranco no câmbio do VW Virtus?
Virtus na Represa do Funil, em Itatiaia (RJ) (Henrique Rodrigues/Quatro Rodas)O editor Péricles Malheiros foi com o Volkswagen Virtus de São Paulo a Sobradinho (DF). “Ele é o 28º carro de Longa Duração com o qual faço essa viagem. Esperto nas retomadas, permitiu ultrapassagens com segurança. Mas não há mágica. Em velocidades mais altas, o baixo deslocamento volumétrico do motor 1.0 TSI cobra a conta, com o fim do fôlego chegando mais precocemente”, relata. O repórter...
Leia mais
26 MAR
Trens do Metrô de SP são autônomos e têm a força de 347 Amarok V6 juntas
A lavagem é feita com o trem em movimento e custa R$ 2.000 (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)Freios regenerativos, motores elétricos, ABS, suspensão a ar ajustável e condução autônoma são algo relativamente recente na indústria automotiva. Mas eles já são uma realidade no Metrô de São Paulo desde 1974. E, de quebra, a manutenção dos trens de 130 metros pode ser mais barata do que a de um carro comum. Essas são apenas algumas das curiosidades que cercam os 169 trens (incluindo...
Leia mais
26 MAR
Honda Accord 2019: primeiras impressões
No mundo automotivo, “sleeper” é o termo usado para definir carros que, de sonolentos, só têm a aparência. Em outras palavras, lobos em pele de cordeiro. O rótulo se encaixa perfeitamente na 10ª geração do Honda Accord, lançada no Brasil no Salão do Automóvel, em novembro passado. Quem olha para o sedã de linhas clássicas e claramente inspiradas no Civic não imagina do que o modelo é capaz. Ainda que a Honda não divulgue oficialmente a aceleração de 0 a 100...
Leia mais