As empresas precisam se repensar e construir uma alma digital (Bio Foto/Quatro Rodas) Em um mundo cada vez mais conectado e tomado pela tecnologia, as empresas precisam se reinventar. No entanto, engana-se quem pensa em uma reinvenção nas ferramentas utilizadas por elas. Com a criação de uma alma digital, as organizações precisam adotar novos formatos de trabalho e gestão com grande influência sobre as pessoas que nela trabalham. O conceito de alma digital foi tema da primeira palestra do Fórum Direções 2017, apresentada pelo presidente do Grupo Abril, Walter Longo, e do primeiro painel de debates do dia, que contou com a participação de Alexandre Baulé, CIO da Embraer, Laércio Albuquerque, presidente da Cisco do Brasil, e de Maurício Ruiz, CEO da Intel do Brasil. Para introduzir o assunto, Walter Longo comparou o conceito de alma digital com o de armas digitais para o setor automobilístico. De acordo com o presidente do Grupo Abril, os produtos e suas tecnologias embarcadas apresentaram grandes evoluções nas últimas décadas. “Mas as premissas que direcionam essa indústria ainda permanecem as mesmas”, ou seja, “enquanto os produtos evoluem, os paradigmas de gestão ainda resistem às mudanças”, completou. Acrescentando ainda sobre a dificuldade das empresas de gerirem suas novas formas de negócios, Longo apontou que “a revolução não acontece quando a sociedade adota novas ferramentas, e sim quando ela adota novos comportamentos”. O executivo enfatizou que a alma digital de uma empresa não está nos números ou nas máquinas, mas nas pessoas que a faz girar através da mudança de hábitos profissionais e de sua gestão. Em uma metáfora, definiu a alma digital como sendo “mais uma questão de ótica, do que de fibra ótica”. Para fechar sua participação, Walter Longo exaltou a importância da liderança feminina nas organizações de almas digitais. Para ele, o espírito de colaboração, o senso de comunidade, a sociabilidade e a aptidão ao diálogo das mulheres vão de encontro com o que a indústria precisa na era digital. “Os homens são analógicos, as mulheres são digitais”, definiu. Alexandre Baulé, CIO da Embaer, foi enfático ao apontar que a decisão pela entrada de uma empresa na era digital sempre vem de cima. Ou seja, é necessário que a estratégia seja traçada pela alta administração da organização, para que um trabalho sólido seja feito antes de chegar às mãos de quem o executará. Alexandre Baulé, CIO da Embaer, defendeu que a decisão pela entrada de uma empresa na era digital sempre vem de cima (Bio Foto/Quatro Rodas) Em um paralelo com a indústria automobilística, ainda atrasada em relação a aeronáutica na transformação digital, Baulé dá algumas dicas. “A primeira lição que nós aprendemos é que é uma questão de decisão (…) cabe à liderança entender e articular o potencial da tecnologia para alcançar os objetivos empresariais”, disse. “A capacidade de adaptação e aceitação é fundamental. Aí as coisas entram num ciclo virtuoso, os talentos digitais gostam de ir para essa empresa, realimentam, formam novas lideranças, e a empresa vai sendo cada vez mais capaz de aproveitar o que tem de bom na tecnologia para alcançar seus objetivos”, completou. Para a aviação, Baulé discorreu sobre a produção colaborativa exercida na Embraer, onde a empresa projeta novas aeronaves em conjunto com o cliente e pensando nos passageiros e na máxima de que tudo deve ter uma solução ? há, no entanto, absoluta intolerância a erros. Já Laércio Albuquerque, presidente da Cisco do Brasil, expôs sobre a importância de uma alma digital que não se reflita apenas para o consumidor, mas que também possa ser usufruída pelas empresas em sua produção. Para ele, um dos pontos altos da inovação é tornar a interação de uma empresa mais ágil pela conexão entre seus colaboradores, mesmo que eles estejam em locais totalmente diferentes. Ele aponta, porém, que as pessoas devem estar em primeiro lugar. Laércio Albuquerque, presidente da Cisco comentou sobre a importância de uma alma digital que não se reflita apenas para o consumidor (Divulgação/Quatro Rodas) “Inovação já é um conceito complexo por natureza, porém, você conseguir juntas cabeças de diferentes raças, regiões, formações, é a mágica da inovação. É você conseguir construir internamente canais abertos que mantenham essas pessoas completamente diferentes e de lugares diferentes sempre conectadas. Essa agilidade é tão necessária dentro de casa, como você colocar a agilidade digital na mão do consumidor. (…) Você ter um engenheiro na China, um analista de perfil de consumidor na Dinamarca e um gerente comercial de peças de reposição aqui no Brasil, juntos como se estivessem em um ambiente único, discutindo a solução de uma embalagem, é a mágica da inovação”, disse Laércio, completando ainda com a necessidade de uma transformação na gestão. A mudança tem de ser natural pela facilidade e adesão das novas tecnologias, não sendo forçada. Apesar disso, essa evolução tem de ser comunicada da forma mais clara e rápida possível. Uma das principais mudanças culturais relacionadas a alma digital, que vem se tornando cada vez mais natural, é justamente a das pessoas conectadas ? uma reunião de conselho, por exemplo, é automaticamente realizada por algum meio de conexão, seja videoconferência, áudio ou por escrita. Mais do que a facilidade de comunicação, as novas práticas permitem ainda que as organizações diminuam seus custos com salas dedicadas e, respectivamente, serviços de água, luz e transporte. Laércio falou ainda sobre a atração do consumidor pelos benefícios digitais dos automóveis, atualmente um dos fatores decisivos na hora da compra. Para ele, a infidelidade do cliente está intimamente ligada à tecnologia que a concorrência pode oferecer. Completando o debate, Maurício Ruiz, CEO da Intel do Brasil, disse que “uma empresa só se torna digital quando ela entende que o mundo físico e o mundo virtual se integraram”. Ou seja, para ele, a tecnologia não está presente apenas como um “penduricalho” que carregamos para todos os lugares, mas já existe como algo que faz parte de nós como humanos. Maurício Ruiz, CEO da Intel do Brasil, acredita que uma empresa só se torna digital quando ela entende que o mundo físico e o mundo virtual se integrarem (Bio Foto/Quatro Rodas) “Hoje, o grande fator de mudança, onde eu encontro maior dificuldade, é o fator humano”, disse Ruiz, que apontou sobre uma maior tolerância para erros pelo aprendizado que eles podem gerar. Para ele, porém, o maior desafio é como transmitir essa nova mentalidade de “vá rápido, erre rápido, aprenda rápido, porque a gente vai conseguir acertar num prazo que seria muito menor do que antigamente”. No setor automobilístico, Maurício define o automóvel como uma plataforma, não mais como o produto final, onde serviços são adicionados e atualizados.
Fonte:
Quatro Rodas
A ALMA DIGITAL VEM DE CIMA
Fórum Direções: como criar uma alma digital
Mais Novidades
Nome Barracuda será ressuscitado para substituir Dodge Challenger
Nova geração deverá manter apelo nostálgico do Challenger (Christian Castanho/Quatro Rodas)O Dodge Challenger está praticamente igual há 12 anos, enquanto os rivais Chevrolet Camaro e Ford Mustang já mudaram de geração desde então. Só que a merecida aposentadoria pode acontecer em breve – e, para isso, a empresa ressuscitará o nome Barracuda.Se o modelo atual mantém resquícios de quando o fabricante era associado à Mercedes-Benz, como a base do Classe E, o futuro esportivo...
Leia mais
Android Auto e Apple Carplay são mais perigosos que álcool, diz pesquisa
O Apple Carplay distrai mais, aponta estudo (Divulgação/Jeep)Usar os sistemas Android Auto ou Apple CarPlay no carro pode prejudicar o tempo de reação do motorista tanto quanto a ingestão de álcool, o uso de maconha ou digitar mensagens de texto enquanto dirige, segundo um estudo feito no Reino Unido.Esses recursos distraem os condutores, que deixam de olhar para a estrada por até 16 segundos, reduzindo em até 50% o tempo necessário para reagir a uma situação de emergência.A...
Leia mais
Recall: comunicado aos donos do Classes C, E e G, GLC e CLS da Mercedes
(Mercedes-Benz/Divulgação)Agora, convoca os proprietários dos automóveis para atender a 2a etapa da ação:– (Mercedes-Benz/Divulgação) Sistema envolvido: cinto de segurança.Razões técnicas: constatou-se a possibilidade de ter havido uma inconformidade na produção dos fechos dos cintos de segurança dianteiros.Riscos e implicações: apesar da constatação pelo motorista por meio de sinal luminoso e sonoro no painel do veículo, tal inconformidade poderia ocasionar falha na...
Leia mais
Tracker Premier é mais completo que Equinox LT por quase R$ 20.000 a menos
– (Arte/Quatro Rodas)A nova geração do Tracker é a aposta definitiva da Chevrolet para o concorrido segmentos de SUV compactos. Atualmente, o reinado pertence ao Jeep Renegade, acompanhados de perto pelo Volkswagen T-Cross, que teve forte crescimento no número de vendas e fechou fevereiro como o mais vendido da categoria.Além da concorrência com as outras marcas, a linha 2020 do Tracker mostra uma boa opção até na comparação com seu irmão maior Equinox.O novo Tracker parte dos R$...
Leia mais
Esta VW Saveiro está à venda na Holanda por R$ 162.000
Saveiro Highline já esteve no Caribe e agora está à venda na Europa (Reprodução/Internet)Segunda picape compacta mais vendida no Brasil, a Volkswagen Saveiro também é comercializada em outros países da América Latina há quase 40 anos.Embora não seja comercializada na Europa, um exemplar da picapinha pode ser comprado na Holanda por 29.500 euros (cerca de R$ 162.600 na conversão atual). A culpa é da exclusividade, mas o vendedor aceita negociar o valor.Picape é da versão...
Leia mais
Hyundai HB20 e a dificuldade de vender as versões que mais dão dinheiro
Nem motor 1.0 turbo é alavancou as versões mais caras do HB20– (Fernando Pires/Quatro Rodas)O Hyundai HB20 foi renovado em setembro do ano passado e, apesar das melhorias – como maior entre-eixos, além de motor turbo com injeção direta e novos itens de segurança nas versões mais caras –, o comportamento de compra da clientela não mudou em 2020.Isso significa que o hatch segue dependente das configurações mais baratas e menos lucrativas para a marca: como em janeiro de 2019,...
Leia mais