(Joaquim Oliveira/Quatro Rodas)
Você provavelmente já desejou carros que nunca vieram ao Brasil, né? Mas esse sentimento é ainda pior quando os modelos já estão à venda por aqui, só que não com as configurações que realmente desejamos.
Foi pensando nisso que separamos exemplos das versões que só ficarão nos sonhos. Confira as melhores versões que não temos dos carros vendidos no Brasil:
O VW Polo GTS estreou há poucos meses com motor 1.4 turbo emprestado de outros modelos – como Jetta, Tiguan e T-Cross. E não falta fôlego ao hatch de 150 cv, que acelerou até 100 km/h em 8,9 s na nossa pista de testes.
Além disso, o visual está à altura do Polo GTI, inclusive com detalhes mais refinados e frisos vermelhos dignos da linhagem esportiva da empresa.
Só que os europeu têm disposição a versão com motor 2.0 turbo igual àquele do Golf GTI, mas com 30 cv menos: 200 cv, contra 230 cv. E foi justamente por isso que o hatch não veio ao Brasil.
Afinal, importado, ele dificilmente teria preço para disputar mercado – e ainda ficaria próximo do irmão maior, esse sim vendido aqui (pelo menos até o fim do ano passado).
O novo Renault Duster chegou ao mercado brasileiro com sistema de câmeras 360º, central multimídia atualizada e… o mesmo motor 1.6 16V de antes.
Ou seja, por enquanto, nada do 1.3 turbo desenvolvido em conjunto com a Mercedes-Benz – e que só deverá chegar com o Captur reestilizado.
E não é que o conjunto mais moderno já está à venda no Brasil com o novo Classe A Sedan? Nele, o rendimento é de 163 cv de potência, pouco acima dos 150 cv previstos para o SUV da Renault em 2021.
Com isso, a própria existência do Duster sobrealimentado está em risco para a canibalização do Captur no mercado nacional.
– (Joaquim Oliveira/Quatro Rodas)
Falando de motorização, o 2.0 biturbo a diesel com 213 cv nem parece tão tentador frente ao cinco cilindros 3.2 com 200 cv da Ranger topo de linha no Brasil.
Só que quando o assunto é a suspensão, não há comparação: na versão vendida lá fora, o conjunto foi desenvolvido pela norte-americana Fox e é digno de modelos para rali.
Além da altura elevada em relação ao solo, a picape média tem bitolas mais largas, seletor para diferentes modos de condução, proteção mais robusta sob a carroceria e o mesmo câmbio automático de dez marchas utilizado pelo esportivo Mustang. E talvez para causar mais de inveja aos brasileiros, ela já está à venda na Argentina.
– (Newspress/Quatro Rodas)
O Chevrolet Tracker estreou o novo motor 3-cilindros 1.2 turbo com 133 cv e 21,4 kgfm no Brasil.
Só que, em comum com o motor 1.0 turbo que já estava à venda nos Onix e Onix Plus aqui, o SUV apostou pelo sistema de injeção eletrônica multiponto – mais simples até que o antecessor.
Mas existe uma versão 1.3 turbo com sistemas de injeção direta e indireta de combustível capaz de render 163 cv e 24,5 kgfm à venda no mercado chinês.
Não bastasse ser totalmente diferente do conjunto mecânico do Tracker brasileiro, o modelo asiático também trocou o câmbio automático de seis marchas pelo CVT.
No Brasil, a opção mais potente do Chevrolet Onix tem motor 1.0 turbo com injeção eletrônica multiponto e muitos componentes em comum com o conjunto 1.2 turbo do Tracker.
Mas, assim como acontece com o SUV, existe uma opção com injeção direta e indireta de combustível na China.
Se nosso hatch oferece até 116 cv de potência 16,8 kgfm de torque, a opção asiática, com sistema mais refinado de alimentação, consegue números ligeiramente superiores: são 125 cv e 18,3 kgfm.
Isso sem contar que há configuração com motor 1.2 turbo 132 cv e 19,5 kgfm no México e Emirados Árabes.
O Renegade ganhou novo desenho na Europa, mas a principal mudança em relação ao nosso SUV não era visível: os motores 1.0 turbo, de 120 cv, e 1.3 turbo, em opções de 150 cv e 180 cv.
No caso do propulsor mais potente, a Jeep diz serem necessários apenas 8,4 s para chegar aos 100 km/h.
Enquanto isso, o SUV fabricado em Goiana (PE) até recebeu atualizações no visual, mas a motorização segue a mesma para as versões de entrada, com o pouco eficiente 1.8 16V de 139 cv – acima dessa configuração, há apenas o motor 2.0 turbodiesel.
Por aqui, o 1.3 turbo deverá estrear com a Fiat Toro reestilizada em 2021.
– (Divulgação/Peugeot)
Se você acha que modelos híbridos só existem para reduzir o consumo de combustível, o 3008 GT Hybrid4 é a prova de que a eletrificação pode ser bem divertida: com sistema de tração integral e 300 cv de potência, o SUV promete acelerar até os 100 km/h em 5,9 s, de acordo com a Peugeot.
Por aqui, o SUV vem importado da França apenas com motor 1.6 turbo de 165 cv e 24,5 kgfm, sempre com câmbio automático de seis marchas.
Vale dizer que esse propulsor tem uma opção mais potente à venda fora do país, com 200 cv – e 173 cv nas configurações flex aqui no Brasil.
O Up! TSI nunca foi considerado um esportivo pelo fabricante, apesar do motor 1.0 turbo com 105 cv aliado ao peso inferior a 1.000 kg.
Só que, na Europa, o compacto tem uma versão digna do sobrenome GTI – e, por isso mesmo, o tradicional batismo foi utilizado no modelo vendido por lá.
Em relação ao nosso modelo topo de linha, o Up! GTI (que utiliza o mesmo motor do brasileiro) tem 115 cv e pode chegar aos 100 km/h em 8,8 s.
Mas a principal diferença está no ajuste da suspensão, que ficou mais baixa e firme, além do câmbio manual de seis marchas, contra cinco do nacional.
– (Divulgação/Kia)
O Kia Sportage só é trazido ao Brasil com motor 2.0 aspirado de 167 cv de potência.
Mas há uma configuração bem mais empolgante à venda em outros mercados: a SX tem motor 2.0 turbo com injeção direta de combustível capaz de entregar 243 cv e 35,9 kgfm, sempre associado ao sistema de tração integral.
Apesar da evolução no conjunto mecânico, a geração é a mesma que está à venda no mercado brasileiro desde 2016 – com direito, inclusive, à reestilização disponível aqui há cerca de um ano e meio.
Aliás, é justamente do antecessor que o SUV trazido ao nosso país aproveita a motorização.
Aqui vale uma licença poética porque, apesar de o Honda Civic ser vendido no Brasil e estar alinhado à geração lá de fora, não temos aqui o hatch que serve de base para o esportivo Type R.
E olha que, apesar do nosso Civic Si, que tem motor 1.5 turbo de 208 cv, o todo-poderoso europeu garante a supremacia com facilidade.
Não bastasse o motor 2.0 turbo com 310 cv, o modelo tem aerodinâmica melhorada em relação às demais versões do Civic e suspensão mais rígida.
E não é difícil reconhecer essa opção: apesar dos para-choques com tomadas de ar, há um aerofólio traseiro capaz de roubar as atenções.
– (Divulgação/Renault)
O que não faltam são exemplos de versões que jamais veremos no nosso mercado e que matam os brasileiros de inveja.
Só que também temos um exemplar para fazer justiça e causar palpitações a estrangeiros: o Sandero RS, que tem preparação feita pela divisão esportiva da Renault.
Se o motor 2.0 aspirado com apenas 150 cv não parece tão empolgante na ficha técnica, é porque o principal trunfo do hatch é o acerto dinâmico.
Todo o conjunto de suspensão e o de direção foram retrabalhados para oferecer uma condução melhorada em relação às versões convencionais.
Some a isso o câmbio manual de seis marchas e o resultado é um dos carros mais divertidos do mercado.
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– (Fernando Pires/Quatro Rodas)