Versão de produção abriu mão de para-choque dianteiro mais ousado (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Do conceito apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo de 2018 para a versão de produção, muita coisa mudou na Ford Ranger Storm.
Saíram os faróis com leds diurnos integrados, o para-choque dianteiro com parte central preta e peça simulando quebra-mato, os borrachões laterais e o enorme adesivo preto fosco que quase envolvia toda a caçamba.
Ranger Storm Concept (Ford/Divulgação)
É que o projeto mudou. Se a Ranger Storm que vimos há quase dois anos parecia querer se afirmar como uma opção topo de linha para concorrer com a Chevrolet S10 High Country, a versão de produção leva aquela pegada aventureira para um patamar de preço intermediário.
O santoantonio
da Storm é preparado para cargas mais pesadas (Fernando Pires/Quatro Rodas)
A Ford diz que o foco são pessoas que abrem mão dos recursos tecnológicos das versões mais completas, mas não da força.
Isso explica a Storm ser baseada na versão XLS, vendida apenas com motor 2.2 turbodiesel de 160 cv, mas ter recebido o motor das XLT e Limited, um cinco cilindros 3.2 turbodiesel com 200 cv, câmbio automático de seis marchas e tração 4×4 com bloqueio do diferencial traseiro.
Snorkel e capota marítima são acessórios e custam juntos R$ 5.660, mas serão brindes para os 60 primeiros proprietários (Fernando Pires/Quatro Rodas)
O acerto da suspensão também vem das versões mais caras e garante rodar confortável mesmo sem carga.
Com tudo isso, a Ranger Storm ainda é mais barata. Custa R$ 150.990, contra os R$ 151.790 pedidos pela XLS 2.2 4X4 com câmbio manual (a Ford garante que não pretende reduzir os preços das XLS).
– (Fernando Pires/Quatro Rodas)
E não pense que a lista de equipamentos justifica, pois tem tudo que as XLS tem: central multimídia Sync3 com tela de oito polegadas, quadro de instrumentos com duas telas coloridas, ar-condicionado automático de duas zonas, sete airbags, câmera de ré, sensor de estacionamento e controles de estabilidade e de tração.
Grade da versão Storm é inspirada na Ranger Raptor, mas não abre mão do logo da Ford (Fernando Pires/Quatro Rodas)
A Storm não é focada no trabalho, mas na praticidade. Por isso, os elementos que sobraram do conceito são os úteis. As molduras nas caixas de roda não só protegem a região, como também reforçam a estrutura e a junção entre para-lamas e para-choques.
Rodas aro 17 são reforçadas, assim como os pneus (Fernando Pires/Quatro Rodas)
O santoantônio emprestado pela Ranger FX4 americana é fixado em pontos estruturais da caçamba e suporta mais carga que o normal. Os estribos laterais também são reforçados.
Até os adesivos na base das portas e no capô têm durabilidade acima da média, já pesando que a picape ficará mais tempo exposta ao Sol do que os dermatologistas recomendam.
Pacote da versão XLS garante quadro de instrumentos com telas coloridas (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Há mais elementos importados. As lanternas com laterais escurecidas vêm da Ranger Wildtrack, versão aventureira produzida na Ásia, enquanto as rodas aro 17 com pintura preta são sul-africanas.
Versão tem central Sync3 e ar-condicionado automático de duas zonas (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Elas são reforçadas e favorecem a limpeza, uma característica compartilhada com os pneus Pirelli Scorpion AT+, 60% off-road, que estão sendo lançados junto com esta versão.
Além de sulcos que expulsam lama e pedras com facilidade, têm laterais reforçadas para evitar cortes – um risco que existe tanto no off-road quanto dentro de algumas cidades brasileiras.
A Ranger só tem bancos de couro a partir da versão XLT (Fernando Pires/Quatro Rodas)
O que há de tão especial neles é fazer tudo isso sem prejudicar o conforto de rodar e o consumo.
Em nossa pista, a Ranger Storm registrou média urbana de 9,1 km/l e rodoviária de 10,9 km/l, contra 8,8 km/l e 11 km/l, respectivamente, da versão Limited. E só de o cliente não ter que trocar os pneus já representa uma economia.
Seletor de tração é eletrônico (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Considerando o que entrega e o preço, a Ranger Storm é quase imbatível. Nuvens negras se aproximam da Nissan Frontier Attack (R$ 160.850), única rival que consegue se aproximar em proposta e preço.
Aceleração
0 a 100 km/h: 11,2 s
0 a 1.000 m: 32,9 s – 156,8 km/h
Velocidade máxima: n/d
Retomada (em D)
40 a 80 km/h: 4,9 s
60 a 100 km/h: 6,5 s
80 a 120 km/h: 8,6 s
Frenagens
60/80/120 km/h – 0 m: 16,2/28,1/64,2 m
Consumo
Urbano: 9,1 km/l
Rodoviário: 10,9 km/l
Molduras das caixas de roda deixam o visual mais robusto e são estruturais (Fernando Pires/Quatro Rodas)