– (Arte/Quatro Rodas)
Um dos grandes receios de quem vai ao mercado em busca de um carro para troca é qual será o valor de revenda do veículo que atualmente está na sua garagem.
A preocupação faz sentido, já que há modelos que tendem a possuir uma maior depreciação que outros.
Aqui cabe um parênteses: é necessário entender que depreciação é a apuração de quanto um veículo vale para ser revendido após um determinado período de tempo, levando em conta o valor de um modelo zero-quilômetro e o valor pelo qual o mesmo carro é revendido pelos lojistas. Nada a ver com desvalorização.
Neste sentido, há dois tipos de depreciação: de revenda e de troca. E é neste ponto em que reside a discrepância na perda de valor dos modelos.
Jeep Compass: depreciação na troca é o dobro da depreciação na revenda (Luiz Carlos de Andrade/Quatro Rodas)
Isso porque, quando um carro usado é vendido para um lojista (depreciação de troca), deve-se levar em conta os vários custos do revendedor que interferem no preço a ser pago pelo veículo, tais como impostos, salários dos funcionários e a própria margem de lucro do comerciante.
Estes gastos não afetam o preço do carro quando há uma venda direta entre pessoas físicas (depreciação de revenda), havendo assim uma menor desvalorização do veículo.
Uma pesquisa realizada pela KBB a pedido de QUATRO RODAS revela que alguns modelos chegam a perder até dez vezes mais valor em uma troca que em uma venda negociada diretamente entre vendedor e comprador, sem intermediários.
Um Ford Ka S 2019, por exemplo, tem depreciação de -4,64% na revenda, enquanto sua depreciação de troca é de -51,44%. Uma perda 11 vezes maior.
Joy tem depreciação baixa na venda direta, já o Kwid não vai bem (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Já um Chevrolet Onix Joy 2019 apresenta uma depreciação de revenda de 0,96% e uma depreciação de troca de 19,52%, diferença de 20,33 vezes.
Entre os modelos da pesquisa, a menor diferença apresentada foi a do Jeep Renegade Longitude 2019. O SUV compacto tem uma depreciação de revenda de -30,34%, enquanto a depreciação de troca é de -41,22%.
Em todos os casos, cabe-se dizer que, embora seja mais trabalhosa e demande mais empenho por parte do vendedor, a venda direta é sempre mais lucrativa que a troca ou venda para revendedores.
Confira na tabela a diferença entre as depreciações de revenda e de troca de 12 dos principais modelos vendidos no Brasil (seguindo uma média de todas as versões).
Para a obtenção do resultado, foi levada em conta a média das depreciações entre cada uma das versões dos carros.
*Fonte: KBB
Na última edição do Melhor Compra, o editor de QUATRO RODAS, Paulo Campo Grande, deu dicas para que o carro seja vendido pelo melhor preço possível. Assista: