Virtus: 50.000km sem substituição do filtro de ar. Risco à durabilidade do motor (Henrique Rodrigues/Quatro Rodas)
Diferentemente de todas as marcas com revisões com preço programado – e do que ela própria fazia até pouco tempo atrás –, a Volkswagen retirou o filtro de ar do motor da lista de itens com troca obrigatória e o colocou numa nova: a de itens de desgaste.
Para a marca, o maior benefício é a possibilidade de divulgar um custo menor da manutenção de seus carros. Mas, para o consumidor, a medida pode ter um efeito nocivo.
Foi o que aconteceu com a gente, pois o nosso Virtus acaba de passar pela quinta revisão, na concessionária Original, de Guarulhos (SP), e em nenhuma delas houve a indicação de necessidade de troca.
Muito embora o item apareça no site com recomendação de substituição conforme necessidade, a cada 30.000 km e a cada dois anos, ele não compõe nem sequer a lista de itens obrigatórios da revisão de 30.000 km.
Consultada, a marca justifica que a medida visa a não onerar os proprietários que rodam pouco, parando para manutenção por tempo, não por quilometragem.
Faz algum sentido, mas, na prática, a solução encontrada pela Volkswagen (e só por ela), está colocando em risco o bem de quem, como nós, roda muito.
Afinal, o próprio site ressalta que “o filtro de ar garante a durabilidade do motor, retendo as impurezas sólidas e abrasivas presentes no ar consumido pelo motor”.
Estranhamente, o filtro de cabine (do ar-condicionado) recebeu atenção total: só na primeira revisão a rede deixou de sugerir sua troca.
No mais, a Original prestou um bom serviço.
Fez a revisão a contento, eliminou a infiltração de água no porta-malas (com um ajuste na tampa e na guarnição de borracha) e trocou as pastilhas de freio dianteiras (e elas já estão emitindo um sibilo em frenagens leves e prolongadas).