Países europeus votaram contra uma proposta para a criação de um padrão de wi-fi automotivo, afirmou um representante da União Europeia nesta quinta-feira (4).
Vinte e um países, incluindo Alemanha, França e Itália, não foram a favor proposta em reunião com representantes da União Europeia em Bruxelas, afirmou um porta-voz do bloco. O resultado é considerado um revés para a Volkswagen, que apoiava a medida.
Parlamentares da Comissão Europeia apoiaram em abril a criação do padrão de wi-fi em vez da tecnologia 5G promovida por BMW e Qualcomm.
A Comissão Europeia quer criar padrões para veículos conectados, um mercado que pode gerar bilhões de euros em receita para montadoras, operadoras de telecomunicações e fabricantes de equipamentos.
A questão tem dividido as indústrias de veículos e de telecomunicações e disparou uma intensa campanha em que ambos os lados promovem suas propostas de olho em obter uma participação do mercado.
Os apoiadores da tecnologia wi-fi também incluem Renault, Toyota, NXP, Autotalks e Kapsch TrafficCom.
Já os apoiadores do 5G incluem Daimler (dona da Mercedes-Benz), Ford, PSA Group, Deutsche Telekom, Ericsson, Huawei, Intel, Qualcomm e Samsung.
Diferenças entre wi-fi e 5G
O wi-fi serviria principalmente para conectar um carro com outro. A quinta geração, ou 5G, conecta-se tanto a carros quanto a dispositivos no ambiente ao redor, com uma ampla gama de aplicações em áreas como entretenimento, dados de tráfego e navegação geral.
A Comissão decidiu pelo wi-fi porque é uma tecnologia que já está disponível, ao contrário do 5G, e que ajudaria a aumentar a segurança rodoviária.
Críticos dizem que a exigência de que as novas tecnologias sejam modificadas para serem compatíveis com a mais antiga é irrealista e colocaria um freio à inovação.
A indústria de telecomunicações, que está colocando suas esperanças em aplicações 5G para recuperar seus investimentos, foi igualmente crítica.
"A Europa não pode exigir apenas uma tecnologia para a condução conectada. Os Estados membros agora podem corrigir isso trazendo 4G e 5G de volta à cena: competitividade global e segurança estão em jogo", disse Lise Fuhr, diretora geral do grupo de lobbying de telecomunicações ETNO.