Volante da Mercedes na temporada 2019 da F1 (Divulgação/Mercedes-Benz/Arte/Quatro Rodas)
As equipes de F-1 estão sempre à caça de tecnologias para melhorar o rendimento de seus carros.
Em 2019, as mudanças aerodinâmicas exigidas pelo regulamento tentaram deixar os bólidos mais lentos, com objetivo permitir a aproximação dos carros durante as corridas e, assim, facilitar a ocorrência de ultrapassagens.
Só que as equipes logo tentam compensar essa perda com ganhos em outras áreas. Obviamente, cada melhoria é muito bem guardada em segredo.
Mas eis aqui uma exceção: o volante apresentado pela Mercedes-AMG Petronas para a temporada de 2019. Ele é um exemplo de como as equipes estão atentas a todos os detalhes do carro.
Os volantes usados por Lewis Hamilton e Valtteri Bottas este ano contribuem para o desempenho dos carros e dos pilotos porque ficaram mais funcionais.
Cada vez menores e mais leves (graças à resistência da fibra de carbono que dispensa a necessidade de um arco clássico), os volantes da Mercedes reúnem todos os comandos ao alcance dos dedos.
Como se isso não bastasse, podem ser ajustados (ergonomia e disposição de comandos) de acordo com as preferências individuais dos pilotos e também em função das necessidades de cada corrida.
Descubra na imagem que abre esta reportagem como esse volante funciona (você consegue ampliá-la com o celular na horizontal) e veja abaixo o que cada número significa.
1. Aciona a asa traseira móvel para reduzir o arrasto aerodinâmico, ajudando a aumentar a velocidade do carro nas ultrapassagens. Seu uso só é permitido em determinados pontos do circuito.
2. Permite ao piloto interagir com cerca de 100 sensores, ligando e desligando-os de acordo com a estratégia da corrida.
3. Com um toque, põe o câmbio na posição Neutro. Se pressionado por alguns segundos, aciona a marcha a ré, que pode ser usada para manobrar o carro depois de um acidente, por exemplo.
4. Limita a velocidade a 80 km/h na área dos boxes, conhecido como pit lane.
5. Envia alerta para a equipe confirmando entrada do veículo nos boxes.
6. Ajusta a distribuição do torque entre as rodas traseiras nas curvas. São três comandos giratórios, um para cada fase da curva: tomada (esquerda), contorno (esquerda, abaixo) e saída (direita).
7. Regula o quanto o freio-motor atua nos momentos em que o piloto não está acelerando e nem pisando no freio.
8. Altera instantaneamente as opções escolhidas no seletor do sistema de freios, aliviando a intensidade das frenagens.
9. Ajusta a distribuição da força de frenagem entre as rodas do eixo dianteiro e as do traseiro.
10. Altera instantaneamente as escolhas feitas no seletor do sistema de freios, acentuando a intensidade das frenagens.
11. Usado para o piloto registrar alguma informação ou evento durante a corrida para posterior análise.
12. Restabelece o mapeamento-padrão de atuação dos sensores que foi alterado pelos botões número 2.
13. Trata-se do controle de largada, dispositivo que permite usar o máximo de força do motor para arrancar no grid.
14. Aciona o rádio de comunicação entre o piloto e os boxes.
15. Permite selecionar diferentes mapas para o gerenciamento do motor, que podem priorizar desempenho ou economia, variando de acordo com a estratégia definida pela equipe e com o momento da corrida.
16. O visor TFT é a interface visual com o piloto. Reúne as várias informações do carro e dos diferentes sistemas controlados pelo volante.
17. Concentra ajustes de diversos sistemas de bordo, como o volume do rádio de comunicação e o brilho do visor.
18. Reúne mapas dos dispositivos eletrônicos de gestão e recuperação de energia, como a turbina do turbocompressor e o sistema de freios regenerativos.
19. Os 15 leds fazem o papel do conta-giros e indicam o melhor momento da troca de marcha. Numa pista como a da Austrália, são cerca de 50 mudanças em uma volta.
20. As borboletas localizadas atrás do volante servem para as trocas de marcha. As do lado direito avançam, enquanto
as do lado esquerdo reduzem.
21. Usado para o ajuste fino da atuação do diferencial no meio das curvas.