Picape elétrica tem design futurista, mas já está em sua versão definitiva (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)
Compradores de picapes médias tradicionais costumam torcer o nariz para versões com motores flex. Preferem a força, a autonomia e a confiabilidade dos motores turbodiesel. Só que uma picape 100% elétrica pode ser a melhor solução.
A Rivian R1T é uma picape grande do porte Chevrolet Silverado e Ford F-150, mas a única coisa que elas têm em comum é a origem de suas fabricantes: o estado do Michigan, nos Estados Unidos.
Rivian R1T tem dimensões equivalentes a de uma Ford F-150 (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)
Fundada há 10 anos em Plymouth, a Rivian quer mostrar que uma picape elétrica pode entregar tudo que o público de picapes quer e até ir além.
Interior usa alumíniio, couro e imitação de madeira (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)
A R1T tem torque de caminhão e potência e desempenho de esportivo, além de bateria grande o suficiente para uma longa viagem sem precisar de recarga. E faz tudo isso graças à sua estrutura totalmente modular.
Duas telas de alta definição exibem informações e controlam funções do sistema elétrico (Rivian/Divulgação)
Embora pareça carro conceito, a Rivian R1T está no Salão de Nova York com especificações do veículo de produção, que terá entregas iniciadas no final de 2020.
Leds da frente informam a carga da bateria (Rivian/Divulgação)
A barra branca retroiluminada na frente faz as vezes de luz diurna de led, mas também pode exibir em verde a carga da bateria e suas extremidades se iluminam em laranja quando se dá a seta.
Os faróis, de fato, são os canhões de led instalados nos dois nichos.
Tomada de recarga fica na frente da picape (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)
A traseira segue o mesmo estilo, com uma barra vermelha atravessando a tampa, como se o Ciclope dos X-Men fosse sua inspiração.
Olá, Ciclope: barra de leds cumpre a função das lanternas traseiras (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)
Mas essas linhas previsíveis e chapas retas escondem boas soluções.
A tomada de recarga, por exemplo, está numa portinhola escondida na frente do para-lamas dianteiro direito e há uma lanterna embutida na lateral da porta do motorista e tomadas com extensão na caçamba.
Porta-malas dianteiro é comum nos Porsche. Geralmente o inversor de corrente dos carros elétricos fica nesse espaço (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)
Os compartimentos de carga são um capítulo à parte. O capô, de abertura elétrica, esconde um porta-malas de capacidade significativa e vários ganchos para prender sacolas.
Há outro compartimento fechado entre a cabine e a caçamba que pode ser acessado por duas portas laterais. Totalmente plano, vai de ponta a ponta do carro e é grande o suficiente para uma pessoa deitar ali, se necessário.
As portas ainda podem funcionar como assento ou como degrau para a cabine ou para prender carga no teto.
Picape ainda tem compartimento enorme entre a cabine e a caçamba (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)
A caçamba também tem suas inovações. A tampa tem abertura elétrica e é dividida em duas partes, como na GMC Sierra.
Além de poder formar uma rampa, ela permite que o usuário chegue mais perto da carga. Outro mimo é a capota marítima com abertura elétrica.
Estepe pode ser escondido em alçapão na caçamba (Rivian/Divulgação)
O estepe não fica exposto à água e lama sob o carro. Há um compartimento próprio para ele sob o assoalho da caçamba, que pode se tornar mais um compartimento de carga caso o comprador abra mão do pneu sobressalente.
Patentes revelam futuras opções de carroceria da R1T (Reprodução/Internet)
Mas a caçamba pode ser substituída por outras estruturas. A Rivian patenteou um sistema de módulos que permite substituir a parte traseira da picape por cabine, estrutura para o transporte de motos, caçamba rasa ou manter apenas o assoalho plano.
Barras transversais podem ser usadas no teto ou na caçamba (Rivian/Divulgação)
Tudo isso só é possível graças ao chassi, do tipo skate. Motores, suspensão, baterias e até mesmo os sistemas de inversores e de arrefecimento estão concentrados sob o veículo. Desta forma é possível aproveitar todo os espaços livres da carroceria.
Os componentes do chassi é que podem mudar de acordo com a versão. Todas as R1T têm quatro motores elétricos, um por roda. Mas a potência e a capacidade das baterias mudam de acordo com a versão.
Chassi concentra motores, suspensão e baterias abaixo da carroceria (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)
A configuração de entrada tem 407 cv e 57,1 mkgf de torque, suficiente para levar seus mais de 2.600 kg aos 100 km/h em 4,9 s. A autonomia da bateria de 105 kWh é, de acordo com a fabricante, de mais de 370 km.
Curiosamente, a versão mais potente é a intermediária. Com 764 cv e 114 mkgf, vai de zero a 100 km/h em 3 segundos. A bateria de 135 kWh dá autonomia estimada de mais de 480 km.
Picape tem lanterna escondida na lateral da porta (Rivian/Divulgação)
O ponto forte da configuração topo de linha é a bateria, de 180 kWh – o suficiente para rodar mais de 640 km sem recarga. Mas seus quatro motores somam 710 cv e os mesmos 114 mkgf de torque da versão intermediária. Ela chega aos 100 km/h em 3,2 segundos.
O preço inicial da picape é de 69.000 dólares, o equivalente a R$ 270.000 na cotação atual antes dos impostos. É caro: uma F-150 Raptor cabine dupla parte dos 55.840 dólares.