Os advogados de Carlos Ghosn, ex-presidente da Nissan e da Renault, apresentaram nesta quarta-feira (10) um recurso especial diante do Supremo Tribunal do Japão contra a decisão de mandar o ex-executivo de volta para a prisão.
A defesa do brasileiro optou pela apelação especial, que permite "pular" instâncias intermediárias e comparecer diretamente à máxima autoridade judicial do país, depois que o Tribunal de distrito de Tóquio que instrui o caso aprovou na semana passada a nova detenção do ex-executivo. Ele estava em liberdade após pagar uma fiança.
O empresário, de 65 anos, foi detido na quinta-feira passada, menos de um mês depois que o mesmo tribunal o libertou em 6 de março, ao surgirem novas acusações contra ele por supostamente desviar parte dos recursos transferidos a uma distribuidora em Omã para seu uso pessoal.
Em entrevista coletiva realizada na véspera, o advogado que lidera a defesa de Ghosn, Junichiro Hironaka, advertiu que recorreria da nova detenção "em todas as instâncias possíveis", entre elas o Supremo.
Histórico do caso
Ghosn foi detido pela primeira vez em 19 de novembro em Tóquio, acusado de ter escondido das autoridades financeiras do Japão compensações milionárias supostamente pactuadas com a Nissan.
Sobre ele pesam três acusações formais, duas relacionadas com a ocultação das remunerações e uma terceira de abuso de confiança da Nissan por supostamente ter usado recursos da empresa para cobrir perdas financeiras pessoais e realizar pagamentos, injustificados para a companhia, para um empresário saudita. O ex-presidente da Nissan e da Renault nega todas as acusações.
À espera da decisão do Supremo, o Ghosn ficará em prisão provisória pelo menos até 14 de abril, quando a Promotoria poderá solicitar uma extensão da detenção de mais dez dias antes de apresentar uma nova acusação formal.