Procuradores de Tóquio prenderam novamente o ex-presidente da Renault e da Nissan Carlos Ghosn, sob a acusação de má conduta financeira. Ele foi detido nas primeiras horas da quinta-feira no Japão, noite desta quarta (3) no Brasil.
A emissora pública NHK e outros veículos japoneses registraram procuradores entrando na casa que Ghosn ocupa temporariamente no centro de Tóquio para prendê-lo de novo, em meio à investigação de uma nova denúncia contra ele.
Ghosn foi detido pela primeira vez em 19 de novembro do ano passado e deixou a prisão há menos de um mês, no dia 6 de março, depois de pagar uma robusta fiança e atender a uma série de restrições. A acusação original é de que ele teria deixado de declarar aos reguladores milhões de reais em salários.
A investigação que motivou a nova prisão refere-se a uma transferência de milhões de dólares para uma distribuidora de carros da Renault e da Nissan em Omã, no Oriente Médio. O dinheiro enviado teria sido contabilizado de forma incorreta.
Este é o quarto inquérito a que o executivo responde. Os demais, assim como o primeiro, referem-se a má conduta financeira ligada à declaração de suas rendas. Ele nega os crimes.
'Dizer a verdade'
Ghosn usou o Twitter pela primeira vez depois de ter deixado a prisão. Ele usou uma conta criada por seus porta-vozes para anunciar nesta quarta-feira o plano de fazer uma coletiva de imprensa em 11 de abril.
"Estamos nos preparando para dizer a verdade sobre o que está acontecendo. Coletiva de imprensa na quinta-feira, em 11 de abril", tuitou em inglês e japonês.
I'm getting ready to tell the truth about what's happening. Press conference on Thursday, April 11.
— April 3, 2019