Na sexta geração, o Escape tem um visual mais leve e arredondado (Divulgação/Ford)
A Ford lança nesta terça-feira (2) nos Estados Unidos a nova geração do Escape, SUV médio que deverá ser um dos próximos lançamentos da marca no Brasil.
Oficialmente, a fabricante diz que ainda estuda a possibilidade de trazer o carro para o Brasil. Mas, salvo alguma contra-indicação muito grave, o Escape deverá estrear em nosso mercado, sim.
Só que sua estreia ainda deve demorar. Segundo fontes do mercado, a Ford deverá lançar três novos SUVs no Brasil até 2021. Um deles será o Escape, via México ou Estados Unidos inicialmente. Depois, poderia ocupar a linha do Focus na Argentina que será desativada em maio.
O sinal mais evidente dessa perspectiva é o fato da Ford ter levado um grupo de seis jornalistas brasileiros a Detroit, incluindo QUATRO RODAS, para a pré-estreia do carro.
O novo Escape ficou mais leve e aerodinâmico, segundo a fábrica (Divulgação/Ford)
Ninguém dirigiu o Escape, mas foi possível conhecer o SUV em detalhes: abrindo e fechando portas, entrando, rebatendo bancos e ouvindo as apresentações dos técnicos da fábrica.
Visualmente, o Escape que chega à sexta geração é bem diferente dos antecessores, sempre inspirados no irmão maior Explorer, de linhas mais duras.
Agora, o Escape apresenta um visual leve com linhas arredondadas de contornos suaves. Tem um quê de Mazda CX3 e CX5, na dianteira e na lateral (a marca japonesa foi sócia da Ford, no passado).
Também lembra as atuais gerações de Focus e Fiesta, que não são – nem serão – oferecidas ao mercado brasileiro.
O Escape também é conhecido como Kuga, nome que recebe na Europa (Divulgação/Ford)
A Ford ainda não divulgou as medidas precisas do Escape, mas, para você ter uma ideia, seu porte é maior que o do Ecosport e menor que o do Edge.
Ficará, portanto, na medida para rivalizar com versões de topo de Jeep Compass, Volkswagen Tarek e outros SUVs de porte compacto-médio.
Nova plataforma permitiu a instalação de novos equipamentos no SUV (Divulgação/Ford)
Antes, chegará o Territory, um SUV de tamanho próximo ao do Escape, mas tecnicamente mais simples, que foi mostrado no Salão do Automóvel de São Paulo, em 2018, e deve estrear no final de 2019.
Ele virá importado da China, inicialmente, mas pode depois ter sua produção levada para a Argentina e manter o Escape num degrau acima, vindo da América do Norte.
O câmbio é sempre automático em versões de oito e dez marchas (Divulgação/Ford)
Mas voltemos a falar do Escape. Sua plataforma é inteiramente nova: começa pelo conceito modular, que não considera apenas a base do carro, mas a arquitetura total e permite o desenvolvimento de outros produtos.
O exemplo mais próximo que temos de arquitetura modular é a plataforma MQB da VW que deu origem a modelos tão diferentes como o Virtus e o T-Cross, por exemplo.
Segundo a Ford, a nova base permitiu diversos avanços à sexta geração do Escape que ficou mais leve (90 kg), mais aerodinâmico, silencioso, com maior rigidez torcional (10%) e com mais recursos de segurança e conforto.
Versão híbrida plug-in leva de 10 a 11 horas para uma carga total das baterias (Divulgação/Ford)
O Escape foi apresentado com três opções de motor: 1.5 Ecoboost (183 cv), 2.0 Ecoboost (253 cv) e 2.5 híbrido elétrico (200 cv de potência combinada). Sendo que o modelo híbrido pode ser do tipo híbrido convencional e híbrido plug-in.
Nas versões Ecoboost, o câmbio é sempre automático de oito marchas, que nato nas híbridas, a caixa é automática de dez marchas – a mesma do Mustang.
A tração pode ser 4×2 ou 4×4 do tipo All Wheel Drive, ou seja, com o torque sendo distribuído sob demanda.
No que diz respeito a acabamento e conteúdo, o Escape terá versões S, SE, SE Sport, SEL e Titanium.
Essas versões seguem o padrão já presente nos modelos comercializados no Brasil: vai do plástico duro e monocromático ao material emborrachado de cores e texturas variadas. E do revestimento de tecido ao couro.
Em qualquer das configurações, as unidades mostradas em Detroit apresentavam peças bem confeccionadas e encaixadas, sem rebarbas, diferenças de tonalidade e assimetrias.
Head-up display e painel digital configurável são alguns dos recursos a bordo (Divulgação/Ford)
A lista de equipamentos também varia de acordo com a versão. Mas entre os recursos mais interessantes há pelo menos dois que merecem destaque.
Um deles é o sistema de assistência a manobras evasivas, que ajuda o motorista a desviar de um obstáculo aumentando a força aplicada ao volante.
Esse dispositivo vem dentro de um pacote de segurança que conta com 17 sensores, duas câmeras e um radar, e inclui equipamentos como piloto automático adaptativo, detector de pontos cegos, assistentes de faróis, alerta de mudança de faixa e detector de tráfego traseiro.
Escape pode vir equipado com sistema de som hi-end Bang e Olufsen (Divulgação/Ford)
O outro sistema de destaque está presente nas versões híbridas. Trata-se de um seletor de modo de uso.
Esse seletor permite ao motorista escolher por rodar apenas no modo elétrico, apenas no modo à combustão ou no modo automático, deixando para o sistema avaliar qual a melhor opção em razão da disponibilidade de energia.
Além desses itens, na versão Titanium completa, o Escape traz seletor do modo de uso (Normal, Eco, Sport, Snow), head-up display, painel digital, e central multimídia.
Completam o pacote topo de linha sistema de estacionamento autônomo, ar-condicionado dual-zone, teto solar e sistema de som hi-end da marca BangeOlufsen.
A traseira leva três e o espaço da bagagem pode aumentar graças aos bancos modulares (Divulgação/Ford)
Resta saber quantas dessas tecnologias serão trazidas ao Brasil.
As informações do mercado são reforçadas pelo que diz o vice-presidente da Ford do Brasil, Rogelio Goldfarb. Segundo o executivo, além dos estudos relacionados ao Escape a empresa também pesquisa SUVs para outros segmentos.
A Ford estuda vender no Brasil SUVs de segmentos acima e abaixo do Escape (Divulgação/Ford)
Até agora, isso é tudo o que a empresa admite. Vindo dos Estados Unidos ou do México, o Escape poderia chegar ao país já em 2020.
Se a fabricação ocorrer na Argentina ou até mesmo no Brasil, não seria antes de 2021. É esperar para ver.