Os bicos dos motores com injeção direta são semelhantes aos utilizados em motores com injeção indireta? – William Veríssimo Ribeiro, São Paulo (SP)
Os bicos de injeção indireta (azul) pulverizam o combustível no coletor de admissão; os de injeção direta (vermelha) fazem isso diretamente dentro do cilindro (Reprodução/Internet)
O conceito é o mesmo, mas são componentes distintos.
O bico injetor é uma válvula do tipo solenoide que libera uma quantidade precisa de combustível no coletor de admissão (injeção indireta) ou dentro da câmara de combustão (injeção direta).
Isso, por si só, já exige peças distintas, devido à diferença da pressão e temperatura da combustão.
Os motores atuais da família EA888 2.0 do Grupo Volkswagen usam os sistemas de injeção direta e indireta simultaneamente (Pedro Bicudo/Quatro Rodas)
A injeção direta trabalha com uma pressão muito superior: de 150 a 200 bar (em motores de ciclo Otto) contra 3 a 4 bar em sistemas com injetores indiretos.
Essas diferenças refletem no preço: é comum que os bicos da injeção direta, que precisam ser mais resistentes, custem o dobro dos convencionais.
Os injetores dos motores diesel são responsáveis por acelerar o propulsor (Vicente Schimitt/Quatro Rodas)
Uma curiosidade é que os bicos injetores de motores a diesel são os responsáveis por acelerar ou desacelerar o motor. Nesses propulsores a ignição é feita pela compressão da mistura ar-combustível, e não por centelhamento.
Isso faz com que não seja necessária uma borboleta para controlar a rotação do motor. Ao invés dela, motores a diesel aumentam ou reduzem o volume de combustível injetada na câmara de combustão.
O efeito colateral disso é que, em casos extremos, o motor a diesel pode disparar, ou seja, acelerar sem controle. Esse tipo de situação é rara e normalmente acontece em motores que não passaram pela manutenção adequada.