O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta quinta-feira (21) que o governo e a Ford tentam vender a unidade fabril da montadora em São Bernardo do Campo. Nesta manhã, o tucano se reuniu com representantes da empresa e o prefeito da cidade do ABC, Orlando Morando (PSDB).
Na terça, a montadora anunciou o fechamento da fábrica na cidade em comunicado global. Morando disse ao G1 que o município vai perder R$ 18,5 milhões em arrecadação, sendo R$ 14,5 milhões em ICMS (1,7% do total arrecadado com o imposto) e R$ 4 milhões de ISS (0,8% do total).
Além disso, a expectativa é que 27 mil pessoas percam seus empregos (2,8 mil funcionários da Ford, 1,5 mil terceirizados, além de 22,5 mil de setores relacionados). De acordo com o governador, na cidade do ABC somente o centro administrativo da empresa permanecerá funcionando, com 1.200 funcionários.
Segundo Doria, o comprador poderá ser um grupo nacional ou internacional que busque a “preservação do parque fabril e dos empregos que ali existem”. Segundo Doria, o secretário da Fazenda, Henrique Meirelles, será responsável pelo trabalho.
“Nós vamos buscar uma solução de mercado, ao lado da Ford. Não é uma ação de governo, é uma ação de setor público com setor privado, na defesa de um parque industrial e de proteção de empregos.”
A busca por possíveis compradores vai acontecer ao longo de 2019. Em comunicado, a Ford afirmou que tentou alternativas como parcerias e venda da operação antes de decidir pelo fechamento.
“A venda da fábrica nessa nova circunstância, com um novo governo, com uma nova economia no plano federal, um novo governo, uma nova visão pró-mercado no plano estadual, é diferente de entendimentos tentados pela Ford ao longo do ano passado, quando não tínhamos este cenário concretamente”, disse Doria.
O prefeito de São Bernardo do Campo afirmou que, durante a sua gestão, a fabricante não utilizou benefícios fiscais por não gerar 100 novos postos de mercado.