Sim, este é um Corolla perua, não sedã. Mas é assim (ou quase) que será a dianteira da próxima geração do nosso três volumes (Divulgação/Toyota)
Quem lê QUATRO RODAS já sabe que a nova geração do Toyota Corolla começará a ser produzida no Brasil, mais precisamente em Indaiatuba (SP), no final deste ano.
O que ainda segue um mistério é qual será o visual do modelo, já que a fabricante japonesa apresentou diversas variantes de faróis e grade dianteira.
Estilo do Corolla geração 12 brasileiro também está presente no hatch europeu Auris (Divulgação/Toyota)
Em conversa com nossa reportagem durante o Salão de Detroit 2019, o presidente-executivo da montadora para América Latina e Caribe, Steve St. Angelo, apontou que o novo Corolla brasileiro continuará a ser baseado no homônimo produzido na Europa, tal qual acontece com a atual geração.
Deste modo, nosso sedã pouco terá a ver com as vertentes americanas – nem a convencional nem a híbrida, que está sendo exibida no Cobo Center, em Detroit.
Esta dianteira agressiva preparada para o mercado americano só pinta por aqui em eventual versão de apelo esportivo (Divulgação/Toyota)
“Este Corolla aqui [americano] tem uma proposta mais esportiva. Já o europeu possui uma uma proposta mais voltada a luxo e prestígio, e é essa linha que a próxima geração do brasileiro vai seguir”, comentou.
Como serão, então, os futuros traços de nosso sedã médio mais vendido? Impossível ter certeza, pois o novo Corolla Sedan europeu só deve ser oficialmente apresentado ao público no Salão de Genebra, em março.
Esta é a traseira do novo Corolla americano. Variantes europeia e brasileira devem ter diferenças também nesta área (Divulgação/Toyota)
Para prever o que vem por aí temos que olhar para outras duas derivações da família Corolla: o hatchback Auris, exibido pela primeira vez em Genebra-2018, e a perua Corolla Touring Sports, desvelada em Paris-2018. Ambos são produtos voltados ao Velho Continente e ostentam uma frente mais classuda e, por que não dizer, conservadora.
Fica fácil entender por que a Toyota do Brasil seguirá esses passos: eles certamente serão mais tranquilamente digeridos pelo público-alvo do modelo em nosso país.
Novo Corolla manterá os 2,70 metros de entre-eixos em todos os mercados, incluindo o Brasil (Divulgação/Toyota)
Isso não significa que Steve St. Angelo não queira lançar uma versão brasileira derivada diretamente do Corolla americano, com apelo mais esportivo. “Eu queria fazer isso já com a geração atual, mas eram tantas as adaptações que acabou não valendo a pena. Agora que [o Corolla] usará a plataforma TNGA deve ficar mais fácil. Quem sabe…”, disse, com ar de certo mistério.
Venha como vier, o próximo Corolla trará consigo duas novas tecnologias de propulsão.
Novo painel, bem mais moderno e limpo, será praticamente idêntico em todo o mundo (Divulgação/Toyota)
A primeira é um novo motor 2.0 naturalmente aspirado de quatro cilindros, flex, com injeção direta e 40% de eficiência térmica, gerenciado por câmbio CVT auxiliado por um sistema chamado “engrenagem de partida”, uma espécie de embreagem que torna as arrancadas mais céleres e eficientes.
Já a segunda novidade é o tão aguardado sistema híbrido flex, criado a partir da unidade de 1,8 litro de ciclo Atkinson do Prius, sem recarga externa e com lançamento já confirmado para o Brasil no fim deste ano.
É bem verdade que o chefão regional da companhia ainda não confirmou a inclusão do motor híbrido flex no novo Corolla, mas a aposta é lógica: “Eu gostaria muito, mas não posso te dizer qual será nosso primeiro modelo híbrido flex, mas você já deve saber. Bem… Não é difícil de adivinhar”, afirmou, sorrindo.
O que o chefão deixou claro é que o motor, pelo menos num primeiro momento, virá importado do Japão. “Nacionalizar [a produção] não é tão complexo, mas é preciso conferir antes como será a evolução dos volumes [de vendas]. Temos que dar sempre um passo de cada vez”, explicou.