O Tribunal Distrital de Tóquio negou nesta terça-feira (15) o pedido de liberdade sob fiança para o ex-presidente da Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn. Ele está preso desde novembro, acusado de violação das leis financeiras e de uso indevido de bens da fabricante de veículos.
Na semana passada, a Promotoria japonesa apresentou novas acusações contra o ex-executivo e prorrogou a prisão de Ghosn. A previsão é que ele continue preso até o julgamento, que deve ocorrer em 6 meses.
É raro no Japão que réus que negam suas acusações recebam fiança antes do julgamento. Ghosn falou à Justiça pela 1ª vez no dia 8 de janeiro e se disse inocente. “Fui injustamente acusado e injustamente detido com base em alegações sem mérito e sem fundamento", afirmou o executivo na audiência.
As acusações contra Carlos Ghosn
O ex-presidente de Nissan, de 64 anos, está preso em Tóquio desde 19 de novembro do ano passado devido às suspeitas de que cometeu irregularidades relacionadas com a declaração do seu salário e com a gestão dos seus bens enquanto estava à frente da montadora.
Ghosn foi acusado de omitir rendimentos nos relatórios financeiros da Nissan entre 2010 a 2018. Além disso, o executivo teria empurrado US$ 16,6 milhões em gastos pessoais para as contas da empresa.
Ainda há um processo da Nissan contra Ghosn pelo uso de bens da empresa em benefício próprio. Imóveis de luxo em pelo menos 4 países diferentes teriam sido comprados e reformados para uso do executivo e sua família. Um deles fica em uma área nobre do Rio de Janeiro.
Quais os próximos passos?
A Justiça ainda não decidiu se aceitará as duas acusações dos promotores contra Ghosn, tornando-o réu. Se isso acontecer, a previsão é de que o julgamento ocorra em meados deste ano e ele pode ser condenado a até 15 anos de prisão.
No início do ano, Ghosn começou a ser interrogado pelo juiz. Ele deixou de comparecer ao segundo dia de audiência, alegando estar com febre alta.
Na véspera, um pedido de liberdade dele foi negado pelo tribunal.