Sedã cresceu 4,3 cm no comprimento e 2,1 cm na largura, totalizando 4,7 m x 1,8 m (Christian Castanho/Quatro Rodas)
O novo VW Jetta estreia agora no Brasil. Ao contrário do antecessor, dono de um visual bem-comportado, o modelo chega à sétima geração com estilo ousado.
Na dianteira, a grade antes horizontal e discreta cresceu e ficou trapezoidal – remete ao sedã Arteon, comercializado na Europa. E, na lateral, os balanços dianteiro e traseiro deixaram de ser proporcionais e equilibrados.
Agora o dianteiro é mais curto que o traseiro. De acordo com o chefe de design da VW, José Carlos Pavone, essa diferença cria a sensação de movimento.
A semelhança com o Virtus não é mera coincidência (Christian Castanho/Quatro Rodas)
O estilo da lateral e da traseira é o mesmo que se vê no sedã compacto Virtus. No trânsito, aliás, será difícil diferenciar um do outro, quando vistos de traseira.
Uma dica: as lanternas do Jetta são mais finas na parte que invade a tampa do porta-malas. E, à noite, a iluminação revela uma disposição interna com mais elementos.
Lanternas mostram elementos internos (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Por dentro, o parentesco do Jetta com o Virtus também é inegável. Mas as semelhanças podem ser creditadas ao que os designers chamam de family feeling.
O Jetta tem um interior mais imponente, na forma e no conteúdo. Seu painel é mais elaborado, com variação de níveis (relevo) e mistura de materiais. Na parte superior, o revestimento é emborrachado.
Equipamentos como central multimídia e ar-condicionado bizona são itens de série (Christian Castanho/Quatro Rodas)
O novo Jetta cresceu em todas as direções comparado ao antecessor. Ele aumentou 4,3 cm no comprimento, 2,1 cm na largura e 1 mm na altura. Ficou com 4,7 metros de comprimento por 1,8 de largura e 1,47 de altura.
A distância entre-eixos também foi ampliada: cresceu 3,7 cm, totalizando 2,69 metros. Cinco ocupantes viajam com conforto. O porta-malas manteve a capacidade de 510 litros.
– (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Sedã tem espaço confortável e bancos revestidos de material que imita couro (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Lançado em duas versões, Comfortline 250 TSI, vendida a R$ 109.990, e R-Line 250 TSI, R$ 119.990, o Jetta ficou mais caro. O antecessor saiu de cena custando R$ 96.870, na versão 1.4 TSI Comforline e R$ 111.770, na 2.0 TSI Highline.
O novo Jetta é equipado somente com motor 1.4 TSI de 150 cv de potência e 25,5 mkgf de torque e câmbio automático de seis marchas.
Visualmente, a versão R-Line mostrada aqui traz detalhes que a diferenciam da Confortline.
Painel digital configurável é exclusivo da versão R-Line (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Por fora, a R-Line tem frisos na grade dianteira, capas de retrovisores e teto pretos. Suas rodas têm design exclusivo. E, por dentro, o revestimento do teto é preto e o volante tem base achatada.
Na pista de testes, a versão R-Line apresentou rendimento no mesmo patamar do Chevrolet Cruze, sedã médio equipado com motor 1.4 turbo (153 cv e 24,5 mkgf).
Motor gera 150 cv de potência (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Nas provas de 0 a 100 km/h, o Jetta ficou com o tempo de 9,3 segundos (contra 9 segundos) e retomou de 60 a 100 km/h em 5 segundos (ante 4,9 segundos).
Na medição de consumo, o VW conseguiu as médias de 12,7 km/l na cidade e 17 km/l na estrada, enquanto o rival da GM obteve 11,8 km/l e 15,9 km/l, respectivamente (com gasolina).
Vindo a 80 km/h, o Jetta precisou de 26 metros para frear, diante da marca de 26,7 do Chevrolet.
Faróis e lanternas de led são itens de série (Christian Castanho/Quatro Rodas)
No dia a dia, o Jetta se mostrou confortável. Sua suspensão parece de sedã do segmento superior, como o VW Passat, por exemplo. Em parte é resultado da plataforma MQB, que serve de base para o Jetta assim como para o Passat, entre outros VW.
A direção não acompanha a suspensão no que diz respeito ao conforto, mas sua firmeza e peso são suficientemente bem-vindos para o motorista interagir com o carro.
Aerofólio foi integrado à tampa traseira (Christian Castanho/Quatro Rodas)
O silêncio a bordo também é digno de nota. Os projetistas da VW capricharam no isolamento acústico do motor e da cabine e também na aerodinâmica (responsável pelo ruído provocado pelo vento em contato com a carroceria).
O Jetta é bem equipado, desde a versão mais simples, Comfortline: não faltam ar-condicionado bizona, central multimídia, seletor de modos de condução (Eco, Normal, Sport e Individual), faróis e luzes diurnas com leds, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, seis airbags, bancos que imitam couro, rodas de liga leve e iluminação ambiente da cabine (com dez opções de cor).
A distância entre eixos cresceu 3,7 cm, chegando a 2,69 m (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Também traz um bom pacote de sistemas eletrônicos que inclui auxiliar de partidas em rampas, frenagem de emergência para manobras de ré (se o motorista desobedecer aos alertas do assistente de estacionamento, o sistema freia o carro antes de bater) e bloqueio eletrônico de diferencial (ajuda a contornar as curvas freando a roda interna à trajetória e jogando o torque para a roda externa).
A versão R-Line é ainda mais recheada, acrescentando recursos como quadro de instrumentos digital, piloto automático adaptativo, alerta de distância do carro à frente, freio de emergência, detector de fadiga, frenagem pós-colisão (para evitar que o veículo continue em movimento após uma batida e se choque novamente com outro obstáculo) e farol alto com regulagem automática (para evitar ofuscamento).
Sedã vem com pneus 205/55 R17 (Christian Castanho/Quatro Rodas)
O único opcional para as duas versões é o teto solar panorâmico, oferecido por R$ 4.990.
Uma ausência sentida a bordo é o sistema de troca de marchas por meio de comandos no volante. O câmbio automático do Jetta permite mudanças no modo manual, apenas por meio da alavanca no console.
No porta-malas cabem 510 litros de bagagem (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Perguntado pela falta desse recurso, disponível até mesmo no recém-lançado Gol automático, o gerente de engenharia da VW José Loureiro justifica dizendo que o Jetta foi projetado para o mercado americano, onde esse não é um item desejado.
Mantida a lógica, porém, o consumidor brasileiro poderia pleitear então o mesmo conteúdo das versões americanas, que possuem recursos exclusivos como detector de pontos cegos, aviso de mudança involuntária de faixa e sensor de tráfego traseiro (alerta sobre a passagem de outros veículos nas manobras de marcha a ré).
Teto solar é o único item opcional das duas versões disponíveis (Christian Castanho/Quatro Rodas)
O Jetta brasileiro é produzido em Puebla, no México, de onde sai o Jetta americano. O motor 1.4 TSI flex é feito em São Carlos (SP) e enviado ao México para ser montado lá.
O Jetta chega com três anos de garantia (nos EUA a cobertura é de seis anos) e as três primeiras revisões (10.000, 20.000 e 30.000 km) são gratuitas.
Iluminação
da cabine tem dez opções de cor (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Driving Mode permite ajustar o comportamento
do carro (Eco, Normal, Sport e Individual) (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Sistema Think Blue incentiva motorista
a economizar combustível (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Mesmo sendo mais comedida aqui do que nos EUA, a VW mostrou um pouco de ousadia no que diz respeito ao pós-venda do Jetta. Que outras marcas sigam esse caminho.
O Jetta evoluiu em todos os sentidos. Ele ficou maior, mais confortável,
bonito e equipado. Além disso, o Jetta andou bem na pista de teste, conseguindo boas médias de consumo. Como seu preço está na mesma faixa do dos rivais, ele é uma (boa) alternativa a ser considerada por quem procura um sedã médio.
– (Arte/Quatro Rodas)