Regras mais rígidas na Europa poderão tirar algumas montadoras alemãs da liderança do mercado, afirmou o presidente do grupo Volkswagen, Herbert Diess, nesta terça-feira (16).
Para ele, os principais desafios serão o ritmo das reformas necessárias para as fabricantes migrarem para a produção de carros elétricos e as novas ameaças geopolíticas.
"Do ponto de vista atual, as chances talvez sejam de 50% de que a indústria automobilística alemã ainda pertença à elite global daqui a 10 anos", disse ele, referindo-se a Volkswagen, BMW e Daimler, dona da Mercedes-Benz.
Os fabricantes de carros têm se queixado das novas regulamentações, incluindo a proibição de veículos a diesel mais antigos em cidades alemãs e medidas mais amplas da União Europeia para reduzir as emissões de poluentes, dizendo que vão prejudicar a indústria automobilística da Europa e custarão empregos.
A associação da indústria automotiva alemã, VDA, disse que a proibição da circulação de veículos movidos a combustão a partir de 2030 ameaça mais de 600 mil empregos industriais alemães, dos quais 436 mil estão em montadoras e seus fornecedores.
"Se você olhar para os antigos bastiões da indústria automobilística, como Detroit (EUA), Cowley Oxford (Inglaterra) ou Turim (Itália), você entende o que acontece com cidades quando as empresas outrora poderosas e líderes industriais fraquejam," disse o presidente-executivo Herbert Diess em conferência de fornecedores automotivos Wolfsburg.
Detroit é o berço das principais montadoras americanas: General Motors, dona da Chevrolet, Ford e Chrysler. Viveu seu auge nos anos 60 e chegou a pedir falência em 2013, durante a crise econômica mundial.
A cidade de Turim foi a sede da Fiat, antes de a montadora comprar a Chrysler e se tornar a FCA, com sede no Reino Unido -mas a cidade continua a ter fábrica da marca.
E Cowley, em Oxfordshire, foi a casa da Morris Motors e se tornou uma grande área industrial na Inglaterra entre as décadas de 20 e 60. Hoje abriga a fábrica da Mini, marca da BMW.