O Sindicato dos Metalúrgicos informou aos trabalhadores da Ford sobre o risco de demissões na fábrica em Taubaté (SP). De acordo com a entidade, a direção da fábrica alertou que há um excedente de mão de obra na planta.
A empresa não confirmou a ameaça de dispensa em massa, mas admitiu nesta quarta (5) que abriu diálogo com o sindicato para 'buscar alternativas para ajustar a capacidade produtiva à demanda de mercado'. A unidade, que emprega 1,3 mil pessoas, produz motores e transmissões.
Cerca de 200 trabalhadores participaram no último domingo (2) de uma reunião com o sindicato. Na ocasião foi discutida a manutenção dos empregos e a necessidade de mobilização da categoria. O sindicato foi procurado pela reportagem, mas a direção não quis dar entrevista.
Conforme o G1 apurou com trabalhadores, o excedente é de 300 empregados, sendo que 100 deles poderiam ser dispensados ainda neste mês e mais 200 até abril de 2019. A medida foi apontada como reflexo da falta de novos investimentos na unidade até 2023.
No último mês de abril, a Ford inaugurou em Taubaté uma linha de produção do motor 1.5 TI-VCT de 3 cilindros, chamado de Dragon. Apesar do investimento, a fábrica não foi contemplada por um acordo de estabilidade - pouco antes, a fábrica de São Bernardo do Campo (SP) formalizou um acordo para garantir os empregos na unidade.
Em publicação no site do Sindicato dos Metalúrgicos, a entidade defende como alternativa aos possíveis cortes a redução da jornada de trabalho de 40 para 36 horas para reduzir as despesas da montadora.