E você reclamando quando a concessionária esquece do jogo de tapetes de brinde… (Reprodução/Internet)
Um dono de um Tesla Model 3 – que já dirigimos – recebeu seu carro, pelo qual pagou US$ 78 mil (mais de R$ 307 mil pela cotação do dia 20/08/2018), com um “pequeno” erro de fabricação: as portas foram montadas erradas.
O equívoco ocorreu na colocação das forrações internas das portas traseiras. O cliente em questão havia solicitado a cabine com revestimento branco, combinando com a cor externa. Só que o acabamento do lado direito veio diferente, no tom preto.
Um ex-funcionário chegou a divulgar imagens de peças danificadas na linha de montagem da Tesla (Reprodução/Internet)
Até o momento a fábrica não se pronunciou sobre a falha, que foi reportada por uma amiga do cliente em uma rede social.
É verdade que esse tipo de erro surreal não é exclusivo da Tesla. Já teve fábricante que esqueceu até das pastilhas de freio dianteiras.
O Model 3 tinha como grande destaque uma versão inicial que custaria US$ 35 mil – mas ela nunca foi fabricada (Ulisses Cavalcante/Quatro Rodas)
Só que a empresa do sul-africano Elon Musk vem enfrentando uma série de problemas envolvendo sua manufatura, incluindo falhas constantes de qualidade.
A Tesla apostou em um elevado grau de automação em suas fábricas, mas enfrenta problemas constantes de qualidade (Divulgação/Tesla)
Nas últimas semanas, inclusive, o ex-funcionário Martin Tripp divulgou algumas imagens mostrando componentes da Tesla danificados na linha de montagem que seriam utilizados normalmente na produção, segundo ele.
Outros funcionários já disseram que 40% das peças usadas pela marca têm falhas, e exigem retrabalho após a montagem do carro. Há inclusive relatos de veículos sendo reparados após a entrega ao cliente, na garagem de seu proprietário.
Modelo mais caro da marca, o Model X chama a atenção pelas portas traseiras que se abrem para cima (Divulgação/Tesla)
Os problemas ocorrem logo após a Tesla enfrentar uma série de polêmicas envolvendo acidentes – alguns deles fatais – com seus carros usando o modo de condução semiautônoma, chamado de Autopilot (piloto automático, em inglês).
A Tesla foi a primeira marca a dar mais autonomia a sistemas consolidados na indústria, como o controlador de velocidade adaptativo, alerta de veículo no ponto cego e o assistente de manutenção de faixa.
Essas atualizações, inclusive, foram feitas via internet, como se os carros fossem smartphones. Esse recurso também permitiu à Tesla ampliar temporariamente a autonomia de seus modelos.
Só que uma série de abusos, incluindo motoristas que saíam do banco e deixavam o carro ser autoconduzido, acabou mostrando que a fabricante pode ter sido otimista demais em relação à maturidade desses assistentes.