Postos de bandeira poderão vender combustível de outras empresas (Christian Castanho/Quatro Rodas)
A Agência Nacional de Petróleo (ANP) flexibilizou, em caráter excepcional, algumas regras para a vendas de combustíveis.
O objetivo é manter o abastecimento dos postos e coibir a prática de preços abusivos diante da greve dos caminhoneiros, que já dura quatro dias.
Agora postos de combustíveis podem vender gasolina com menos etanol: poderá ter entre 18% e 27% de etanol anidro, quando a exigência normal é de 27%.
Carros a gasolina e flex com injeção eletrônica não devem ser prejudicados.
A sonda lambda permite que o módulo de injeção reconheça a mistura gasolina-etanol e ajuste o avanço da ignição.
A gasolina com menos etanol tende a deixar o motor mais eficiente. Contudo, o motor tende a gerar menos potência e torque – que costumam ser medidos com gasolina com 22% de etanol.
O diesel, por sua vez, poderá ser vendido puro, sem a adição de 10% de biodiesel – que torna a queima menos poluente.
De acordo com a ANP “a exigência da mistura torna mais complexa a logística na cadeia de distribuição, pois adiciona o fluxo entre a usina produtora e o distribuidor, o qual, geralmente, é rodoviário.”
A ANP também flexibilizou a venda de combustíveis aos postos, que poderão comprar combustível de qualquer distribuidora.
Normalmente, postos com bandeira só podem comprar combustível da marca à qual estão vinculados.
Em outras palavras, um posto Shell pode, em caráter excepcional, comprar combustível de uma distribuidora X – que pode não ter qualidade garantida.
Podem ser distribuidoras que em tempos normais só vendem combustíveis para grandes frotas.
A ANP também permitiu que estas empresas vendam diretamente para postos de combustível. Isso tende a afetar mais o fornecimento de diesel do que de gasolina ou etanol.
A ANP não informou até quando estas medidas são válidas.