O novo presidente da Volkswagen, Herbert Diess, decidiu cooperar com a justiça americana na investigação sobre o escândalo dos motores a diesel em troca de garantias pessoais, informa a imprensa alemã.
De acordo com o jornal Bild, Herbert Diess, designado presidente da empresa em meados de abril, se reuniu nos Estados Unidos com os investigadores do FBI e do Departamento de Justiça americano.
O novo presidente deu depoimentos "que foram aparentemente incriminatórios" para Martin Winterkorn. ex-presidente do grupo, afirma o jornal, sem revelar os nomes das fontes.
Os investigadores americanos teriam prometido a Diess que ele seria avisado de modo antecipado sobre eventuais acusações ou uma eventual ordem de prisão.
Procurada pela AFP, a Volkswagen não comentou a notícia.
Indiciado em 3 de maio, Winterkorn é acusado de ter "cometido deliberadamente uma fraude", ao lado de outros executivos da Volkswagen, para burlar as normas de combate à poluição com o uso de um software nos motores dos automóveis que manipulava os resultados dos testes de emissões.
Winterkorn renunciou em setembro de 2015, após as revelações da fraude sobre as emissões de gases em veículos da companhia.
A Volkswagen configurou até 11 milhões de veículos no mundo todo para emitir até 40 vezes acima dos níveis permitidos de óxido de nitrogênio danoso, mas ocultava isso durante as revisões.
O ex-chefão da Volkswagen é o 9º executivo processado nos EUA - dois deles se declararam culpados e cumprem pena na prisão, enquanto outros seis estão na Alemanha e se encontram na mesma situação de Winterkorn.